EXTRATO DE: ÉTICA A NICÔMACO
Autor:
Aristóteles
Ed.
Martin Claret - 350 a.C./2007/2021-3
O
dualismo platônico – o mundo da inteligência separado do mundo das coisas
sensíveis – visava antes de tudo a salvar a ciência estabelecendo a coerência
necessária entre o conceito e seu objeto.
Método
silogístico: se todo B é A e se todo C é B, todo C é A.
Duas
questões se destacam na metafísica aristotélica: a da unidade do ser e a da
existência de essências separadas.
Há três
formas boas de regimes políticos: monarquia, aristocracia e politeia. E suas
respectivas deformações são: tirania, oligarquia e demagogia.
É
insensato aceitar um raciocínio apenas provável da parte de um matemático, e
exigir demonstrações cientificas de um retórico.
Um
jovem não é bom ouvinte de aulas de ciência política (...) os jovens tendem a
seguir suas paixões, esse estudo ser-lhes-á vão e improfícuo.
A honra
é, pode-se, dizer o objetivo da vida política. Todavia (...) a honra depende
mais de quem a concede que de quem a recebe.
O fato
é o ponto de partida. Com respeito aos primeiros princípios, alguns descobrimos
pela indução, outros pela percepção, outros pelo hábito, e outros de diferentes
maneiras; entretanto devemos tentar investiga-los em conformidade com sua
natureza e esforçar-nos para expressá-los com precisão, pois eles têm grande
influência na sequência da investigação.
Há duas
espécies de virtude: a intelectual e a moral.
(...) nenhuma das virtudes morais surge em os por
natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser alterado pelo hábito.
Adquirimos
as virtudes pelo exercício, tal como acontece com as artes.
Os
legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem.
Existem
três objetos de escolha e três de rejeição: o nobre, o vantajoso e o agradável;
e seus contrários: o vil, o prejudicial e o doloroso.
Na alma
se encontram três espécies de coisa: paixões, faculdades e disposições. (...) E
se as virtudes não são paixões nem faculdades, só podem ser disposições.
Os
homens pretensiosos são tolos que ignoram a si mesmos, a ponto de ostentarem os
próprios defeitos.
Bias: o
exercício do poder revela o homem.
São
três os elementos da alma que controlam a ação e a verdade: sensação, razão e
desejo.
As boas
e as más ações não podem existir sem uma combinação de intelecto e caráter.
Eurípedes:
Mas para que me empenhar em ser sábio, se, sendo um número entre tantos,
obteria sem esforço o mesmo quinhão|?
Eveno:
O hábito, meu amigo, é tão-somente uma longa prática que por fim faz-se
natureza.
Homero
sobre o que são amigos: “dois que andam juntos”.
Eurípedes:
“a terra seca ama a chuva, e o divino céu, quando pleno de chuva, adora cair
sobre a terra”.
Heráclito:
“o que se opõe é que é amigo”; “todas as coisas são geradas pelo antagonismo”.
Os homens
amam o que é bom em si mesmo ou o que é bom para eles?
A
maioria das pessoas parece, em razão de sua ambição, preferir ser amada a amar,
e é por isso que em geral os homens gostam da lisonja.
Há três
espécies de constituição e igual número de desvios ou perversões daquelas. São
elas: a monarquia, a aristocracia e a que se baseia na posse de bens e que
seria talvez apropriado chamar timocracia, embora a maioria chame governo do
povo. A melhor delas é a monarquia e a pior é a timocracia.
Timocracia:
sistema de governo dominado pelos ricos.
A
democracia é encontrada sobretudo nas famílias sem um chefe (todos se encontram
em um nível de igualdade), e naquelas em que o chefe é fraco e todos agem como
bem entendem.
O
prazer dos olhos é o inicio do amor.
A
felicidade deve ser alguma forma de contemplação.
As
coisas deixam de ser penosas quando se tornam hábitos. (...) as pessoas, em sua
maioria, obedecem mais à necessidade que aos argumentos, e mais aos castigos
que ao sentimento daquilo que é nobre.
Escola
peripatética, fundada por Aristóteles, assim chamada porque os estudantes caminhavam
e debatiam sobre os assuntos caminhando pelos jardins.
Peripatos
= passeio.
“Podemos ter afeição pelos amigos e pela verdade, mas a
moralidade consiste em dar preferência à verdade.”