EXTRATO DE:
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
COLEÇÃO
PSICOLOGIA CONTEMPORÂNEA
TÍTULO DO ORIGINAL: PERCEPTION
EDITADO EM: 1979 POR: JOSÉ
OLYMPIO
INTRODUÇÃO
A percepção é o conjunto de processos pelos quais o
indivíduo mantém contato com o ambiente.
[O
aprendizado depende de: nível de qualidade (interesse e condições fisiológicas)
do transmissor e do receptor, referências, reforço e repouso.]
Para sobreviver o indivíduo precisa ajustar-se continuamente
à variedade de energias, em constante mudança, que o cercam.
Há investigadores favoráveis ao ponto de vista de que o
conhecimento dos processos fisiológicos e bioquímicos, induzidos no sistema
nervoso pela estimulação, contribui para
desvendar a natureza da percepção.
Stratton (1896) interessou-se pelo papel da experiência na
percepção do espaço, desenvolveu um dispositivo ótico que permitia girar em 180
graus a imagem retiniana. Em vez de ficar de cabeça para baixo, a imagem ficava
de cabeça para cima. Após um período de 3 dias, embora o mundo continuasse a
ser percebido de cabeça para baixo, Stratton aprendeu a mover-se em redor com
facilidade e eficiência, não se perturbando muito com a discrepância entre as
informações dos membros e as dos olhos. Ele aprendeu a associar os movimentos
corretos dos membros e do corpo ao seu mundo visual invertido. [Isto mostra que a percepção não mudou, o que houve
foi uma "adaptação" ao ambiente.]
A aparência das coisas é determinada mais pela relação entre seus elementos do que
pelos elementos simples que, juntos, compõem o estímulo total.
[Percepção = gaveta na mente = Coca-Cola com sanduíche e
Guaraná
no almoço]
Recepção, transformação e codificação de energia constituem
o primeiro estágio do processo perceptivo.
As células ciliadas do ouvido interno são sensibilizadas
pela atividade vibratória na endolinfa da cóclea do ouvido, e os receptores da
pele são sensíveis a distorções mecânicas da pele, induzidas por pressões.
O espectro eletromagnético varia em extensão de ondas de 10-
Características
do estímulo:
1.
amplitude do estímulo
2.
intensidade do estímulo
3.
relação tempo/espaço do estímulo
CAPÍTULO 3
- ORIGENS DA PERCEPÇÃO
(....) pelo menos em alguns aspectos, o comportamento
perceptivo não depende de aprendizagem.
CAPÍTULO 6
- PERCEPÇÃO E APRENDIZAGEM
Há, na verdade, um conjunto substancial de dados mostrando
que grande parte do comportamento mediado pela percepção é função das
experiências passadas do indivíduo. O esquimó pode descriminar entre muitas
variedades de neve, ao passo que o indivíduo criado em climas quentes, sem
neve, não é capaz de fazer discriminações tão numerosas e refinadas.
Um estímulo começa por ser indistinguível de todo um
conjunto de itens e termina sendo distinguível dos demais. Um aspecto do papel
da aprendizagem na percepção é, pois, o dos efeitos da prática sobre a
habilidade para discriminar entre estímulos semelhantes. [Isto tem a ver com a
minha Teoria da Simplificação. O que
eu penso, é que não é a prática que provoca a diferenciação mas sim a
necessidade de diferenciação.]
Quanto maior é a idade do indivíduo, mais "real" é o ambiente que o mesmo
percebe. [???]
(....) é de se esperar que a magnitude dos fenômenos
ilusórios diminua com a idade.
Certas evidências sugerem que o conhecimento sobre os
objetos pode afetar a percepção.
As reproduções deste objeto variaram de acordo com o que se
disse ao sujeito que aquilo representava: um haltere ou um par de óculos.
Uma outra experiência, propôs uma forma [aparentemente] sem
sentido, uma forma que não se assemelha a qualquer objeto comum. Reproduzida
por 3 pessoas, resultou em um torso, um haltere
e um violino.
Nas duas situações a ambigüidade do estímulo é resolvida
perceptivamente pela atribuição de significado que presumivelmente resulta de
experiência passada e é evocado pelo rótulo anexado ao estímulo. [referências]
Tem ainda o desenho que parece duas coisas, a cabeça de uma
velha ou um rato, [tem um outro que eu
tinha que é a cabeça de uma velha ou uma moça com chapéu. Nestes casos a
percepção depende da indução]
O papel desempenhado pela aprendizagem na percepção [ou é o
inverso, o papel desempenhado pela percepção na aprendizagem?] tem sido
considerado em duas direções: os efeitos do treinamento (prática) na
discriminação e os efeitos dos significados adquiridos sobre a percepção de
estimulação ambígua. Submetido a longo treinamento, um observador pode
discriminar entre cores, tons, gostos e padrões de modo cada vez mais refinado.
A aprendizagem perceptiva é um processo pelo qual a pessoa
que percebe descobre novas propriedades, discriminando novas variáveis no
estímulo? Ou é um processo de enriquecimento por associações aprendidas?
O indivíduo motivado aprende diferentemente do indivíduo não
motivado. (....) O que é percebido é, em parte, uma função de seus motivos. Os
efeitos da motivação sobre a percepção têm sido estudados em relação a 3 grupos de motivos: impulsos primários,
como fome e sede, motivos aprendidos e adquiridos, como necessidade de
prestígio social e de realização, e motivos derivados do medo e da ansiedade.
O reconhecimento é pois, determinado muito mais pela
aprendizagem do que pelas propriedades motivacionais. [???]
Em casos nos quais a aprendizagem se encontra claramente
envolvida na percepção, a questão do que é aprendido na percepção continua
sujeita a muita discussão...
A noção básica do Gestaltismo afirma que a percepção é
relacionalmente determinada.
O que é percebido depende mais das relações entre aspectos
do estímulo do que dos próprios elementos individuais..
Um segundo princípio fundamental da Teoria Gestáltica é o do
isomorfismo, que afirma haver correspondência entre os processos induzidos no
sistema nervoso central e os fenômenos perceptivos.