EXTRATO DE: PARE DE ACREDITAR NO GOVERNO

Autor: Bruno Garschagen

Ed. Record - 2015/2020

 

 

Os brasileiros desconfiam das raposas mas, ao mesmo tempo, querem mais raposas tomando conta do galinheiro.

 

Um Estado balofo tem de ser sustentado continuamente - e crescentemente - com o trabalho, o suor e o dinheiro dos cidadãos.

 

Quando um processo intervencionista se desenvolve num ambiente de ideologia estatista, "cada fracasso de uma intervenção gera demandas por novas intervenções: a culpa dos problemas nunca é a intervenção em si, mas a falha em aplicar a lei e o egoísmo dos agentes econômicos".

 

Num ambiente em que a Igreja prometia salvar as almas e o Estado prometia salvar os homens, os brasileiros foram ensinados a acreditar que deveriam ser auxiliados por algum tipo de autoridade, política ou religiosa. Isto explica em parte por que essa mentalidade vicejou e se revelou tão duradoura com o passar do tempo. Mas não pode servir de justificativa para nos esquivarmos de nossa responsabilidade por termos optado por ideias e práticas políticas que nos colocaram no caminho da servidão voluntária e involuntária diante do Estado e do governo.

 

A igualdade política na França começou pelo uso eqüitativo da guilhotina.

 

Somos ludibriados para que seja preservada a situação legal em que somos obrigados a pagar mais por aquilo que decididamente não recebemos, nem receberemos (saúde, ensino, segurança, aposentadoria etc.).

 

Estado: uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legitimo da força dentro de um determinado território.

 

A sociedade feudal se desenvolveu entre os séculos X e XII na Europa ocidental (França, Alemanha, Inglaterra) e desapareceu no século XVI.

 

Ao tentar subjugar as sociedades às suas ideologias, primeiro no plano teórico e em seguida na prática, socialistas, comunistas e fascistas fizeram do século XX um dos mais sangrentos períodos da história.

 

[Estado patrimonialista é aquele em que o patrimônio do Estado é propriedade do governante. Neste tipo de Estado, o privado e o público se confundem.]

 

Um Estado patrimonial modernizado é bom para os políticos, para os servidores do Estado, pra os empresários amigos e para os intelectuais do regime, não para a sociedade.

 

Positivismo de Comte: uma doutrina que pretendia ser filosofia, pensamento político e uma religião, alicerçada na crença de que só era possível atingir o conhecimento verdadeiro através do conhecimento científico, pois os fenômenos positivos (reais, precisos, orgânicos) da experiência eram a verdadeira origem do saber no mundo físico. (...) [Mas] antes de qualquer tentativa de organização política, era preciso desenvolver uma atividade educativa com a finalidade de moralizar a sociedade e transformar as mentalidades e costumes.

 

Nada melhor para espíritos juvenis do que ideias que prometem respostas absolutas para os problemas humanos.

 

Engana-se quem acredita que práticas como as evidenciadas pelo mensalão e petrolão sejam meros desvios éticos; são, substantivamente, elementos estruturais da ideologia e da práxis de partidos socialistas que veem seus próprios crimes como sendo algo nobre, uma "marca característica de autenticidade", e os adversários e demais ideologias como "oponentes a serem eliminados".

 

O vereador Ozias Zizi, de Vila Velha/ES, propôs, em 2012, um projeto de lei com a finalidade de proibir as noivas da cidade de se casarem sem calcinha. Para sorte das noivas impetuosas, a proposta não prosperou.

 

Quanto mais leis e políticas que orientem e regulem as nossas escolhas, mais o governo tutela as nossas vidas, esvazia o sentido de dever e assume responsabilidades e deveres que pertencem a cada um de nós brasileiros, não ao Estado, não aos políticos.

 

O conjunto das interferências estatais criou uma cultura de dependência e de degradação política e moral difícil de ser combatida porque passa a fazer parte da vida social como elemento estrutural, não como apêndice artificial fruto do intervencionismo.

 

Quanto mais o governo intervém na economia, menos a sociedade produz riqueza e prospera; quanto menos prospera, maior o grau de pobreza; quanto maior o grau de pobreza, menor o nível de escolaridade; quanto menor o nível de escolaridade, maior a preferência pela intervenção do Estado; quanto mais intervenção do Estado, maior a interferência do governo nas diversas esferas da vida social, e não apenas política e econômica. E assim o ciclo se completa para ser reiniciado.

 

Não confiamos nos políticos, não confiamos nas instituições políticas, não confiamos no governo mas, ao mesmo tempo, queremos mais Estado.

 

Como os agentes do Estado são incapazes de ter acesso e controlar todas as informações dispersas na sociedade; como não podem conhecer todos os nossos desejos, objetivos, vontades, limitações; como ignoram as realidades, características e necessidades locais de cada uma das cidades brasileiras; como é impossível que saibam antecipadamente o alcance, o peso, a influencia, a seqüela, enfim, os resultados de seus projetos e decisões, o risco de errar é sempre muito maior do que o de acertar.

 

[O intervencionismo] leva as pessoas a pensar e agir segundo um código ideológico. Eis a glória do intervencionismo: controlar a sociedade sem precisar de um órgão do governo responsável por persuadir ou coagir os indivíduos a se comportar com de acordo com o interesse do governo de turno.