RESUMO DE: O MUNDO É PLANO

AUTOR: THOMAZS L. FRIEDMAN

EDITORA: OBJETIVA, 2005

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Enquanto a força dinâmica na Globalização 1.0 foi a dos países, na 2.0, das empresas, na 3.0 a força dinâmica vigente (aquilo que lhe confere seu caráter único) é a recém-descoberta capacidade dos indivíduos de colaborarem e concorrerem no âmbito mundial.

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Como resultado, cada pessoa agora precisa, e pode, perguntar: como é que eu me insiro na concorrência global e nas oportunidades que surgem a cada dia e como é que eu posso, por minha  própria conta, colaborar com outras pessoas, em âmbito global?

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Tudo o que puder ser digitalizado também pode ser terceirizado para alguém mais esperto ou mais barato, ou as duas coisas, porque cada um tem que se concentrar exatamente naquilo em que agrega valor.

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Toda e qualquer atividade em que a cadeia de valor possa ser digitalizada e decomposta, que possa ser delegada, será delegada.

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[O empregado indiano] Se uma ligeira modificação no seu sotaque é o preço que têm de pagar para subirem um degrau da escada, tudo bem, dizem.

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Você pode incumbir seu secretário executivo remoto de determinada tarefa ao deixar o trabalho no fim do dia, em Nova York, e a encontrara pronta na manhã seguinte – exemplifica Kulkarni. Graças à diferença de fuso horário, eles podem trabalhar enquanto você dorme e apresentar os resultados pela manhã.

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Estamos ingressando numa fase em que assistiremos à digitalização, virtualização e automação de praticamente tudo. Os saltos de produtividade serão colossais para os paises, empresas e indivíduos capazes de absorver as novas ferramentas tecnológicas.

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A web tornou a Net útil porque as pessoas estão efetivamente interessadas em informação e não querem necessariamente saber sobre computadores e cabos.

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A Netscape abriu seu capital em 9 de agosto de 1995, e desde então o mundo não tem sido o mesmo.

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A mudança de hábitos ocorre mais rápido quando tem um bom motivo para acontecer.

Road show – turnê de apresentações.

89

O boom das ações da internet provocou um gigantesco excesso de investimentos em empresas de cabos terrestres e submarinos de fibra óptica, acarretando uma redução drástica no custo das chamadas telefônicas ou transmissão de dados para qualquer parte do mundo.

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Desse modo, quando a bolha estourou, havia um volume de cabos de fibra óptica muito alem do necessário. As tarifas telefônicas de longa distancia despencaram de 2 dólares por minuto para 10 cents, e a transmissão de dados tornou-se praticamente gratuita.

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Na próxima fase do fluxo de trabalho, eis como você vai marcar uma consulta com o dentista: Primeiro, haverá um padrão comum para marcar consultas com qualquer dentista. Você vai instruir seu computador, usando a voz, a marcar uma consulta. Automaticamente o computador vai converter sua voz numa instrução digital. Também de modo automático, ele vai comparar sua agenda às datas disponíveis na agenda do dentista e oferecer a você três opções. Você vai clicar na data e hora preferidas. Uma semana antes da consulta, a agenda de seu dentista enviará a você automaticamente um e-mail, lembrando a você da consulta. Na noite anterior, você receberá pelo telefone uma mensagem em voz gerada em computador, também para lembrá-lo do compromisso.

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No novo modelo de negócios, você envolve sua comunidade e seus clientes em conversas contínuas sobre cada aspecto de seu negócio, desde o momento em que você concebe um produto, a maneira como você o idealiza, a cadeia de suprimento que o produz e o distribui, até o modo como você coleta e processa o retorno do cliente e responde mais rapidamente a gostos que se alteram.

O Prefeito propôs a criação de um website para que qualquer cidadão, usando seu telefone celular, pudesse tirar uma foto de um buraco ou de uma barra quebrada e perigosa, ou mesmo de um possível crime, e imediatamente enviá-la por e-mail para a Prefeitura ou colocá-la no website oficial. Assim, cada cidadão se tornaria, efetivamente, um ombudsman em potencial.

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Este exército [de blogueiros] freqüentemente está armado apenas de um gravador, um telefone celular com câmera e um website, mas no mundo plano ele pode ter sua voz ouvida coletivamente por conexão tão longe e tão amplamente quanto a CBS ou o New York Times. Esses bloggers criaram sua própria praça pública on-line, e não há qualquer obstáculo para entrar nela. Essa praça freqüentemente difunde muitos rumores e tem espantosas alegações girando nela, e alguns deles são completamente irresponsáveis. Mas como ninguém está no comando, a informação flui com liberdade total. E quando essa comunidade está ligada em algo real, como o episodio de Rather, ela pode criar tanta energia, confusão e noticia quanto qualquer rede de tevê ou grande jornal.

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Um novo blog é criado a cada sete segundos (2005), de acordo com o Technorati.com, um site que rastreia esses jornais da web de fácil atualização.

O Technorati diz que já existem mais de 24 milhões de blogs, e que o numero está crescendo a uma taxa de cerca de 70 mil por dia e dobrando a cada cinco meses (...)

“Você não pode beber suas noticias numa mangueira de incêndio.”

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Mais de 2 milhões de crianças com idades entre 6 e 17 anos têm seu próprio website, de acordo com uma pesquisa de dezembro de 2003 feita pela Grunwald Associates. Vinte e nove por cento das crianças do jardim-de-infância até a 3a serie têm seus próprios endereços eletrônicos.

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Conceito Wikipedia: “O ponto de vista neutro procura apresentar idéias e fatos de maneira que tanto defensores quanto oponentes concordem”.

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“Quando eu era pequeno, minha mãe me ensinou sobre os males da ‘fofoco’. Ela pegou um travesseiro de penas e disse: ‘Se eu rasgar isto, as penas vão voar aos quatro ventos e nunca mais eu poderia tê-las de volta em meu travesseiro. ´/e o que acontece quando você espalha coisas maliciosas sobre as pessoas.”

John Seigenthaler Sr., diretor do USA Today que foi difamado por alguém que editou sua biografia na Wikepedia.

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Não é por acaso que a IBM tem hoje um alto funcionário que policia referências à IBM na Wikepedia para assegurar que tudo o que entra lá é correto. Nos próximos anos, muitos jovens vão aprender mais sobre a IMB pela Wikepedia do pela IBM.

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[Sobre uma criança de hoje] ela prefere jogar como Kobe do que assistir a Kobe!

Você foi avisado.

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“A sorte favorece a mente preparada.” Louis Pasteur.

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“Eu gostaria de poder dizer que fomos geniais e visionários, mas foi tudo fruto da necessidade.” David Glass, principal executivo do Wal-Mart entre 1998 e 2000.

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“Eu e minha amiga conhecemos um cara num restaurante. A minha amiga ficou toda empolgada, mas eu fiquei desconfiada. Depois de alguns minutos de busca no Google, descobri que ele já tinha sido preso por um crime hediondo. Apesar de mais essa nova decepção com a qualidade dos candidatos que existem por ai, pelo menos pude alertar a minha amiga acerca do passado violento desse sujeito.” Usuária do Google.

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Não h a uma palavra ou assunto isolados que respondam por mais de 2% de todas as buscas do site, de modo que ninguém deve começar a se preocupar com o destino da raça humana com base nos tópicos mais procurados no Google.

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Quem possuir conexão por banda larga ou discada ou tiver acesso a um cibercafé, seja um garoto do Camboja, um professor universitário ou eu mesmo, que gerencio este mecanismo de busca, todos têm o mesmo acesso básico a dados gerais de pesquisa. É uma força equalizadora, e muito diferente de quando eu era pequeno, quando o máximo que eu tinha era acesso a alguma biblioteca, que não tinha tanta coisa assim e só por milagre se conseguia uma informação, ou buscando algo muito simples, ou muito recente.

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Num mundo plano não há para onde fugir, não há onde se esconder, e mesmo as menores pedras podem ser revirada. É melhor ser honesto, porque tudo o que você fizer, todos os erros que cometer, um dia poderão ser encontrados. Quanto mais plano o mundo, mais transparente – e disponível – se torna o sujeito comum.

Se você puder usar o Google, pode encontrar qualquer coisa. O Google é igual a Deus: onipresente, onisciente e sem fio. Pode perguntar qualquer coisa que ele terá a resposta.

220

Com exceção de algumas ilhas remotas e aldeias nas montanhas, qualquer um que tenha um cartão sem fio no computador ou um celular no país pode acessar a rede de qualquer lugar – desde as profundezas do metrô até os trens-bala que cortam os campos.

Estávamos num trem-bala, viajando a 240 quilômetros horários, meu colega respondia a e-mails do Cazaquistão – e eu não conseguia ir de casa, na periferia de Washington, ao centro da cidade sem que o sinal do meu celular fosse interrompido pelo menos duas vezes.

228

“A distância e a duração da conversa não vão mais importar; o que vai valer é a criação de valor em torno da comunicação por voz. A voz será livre; é o que as empresas permitirão aos seus clientes fazer com ela que vai diferenciá-las entre si.

231

Quando a tecnologia estiver plenamente desenvolvida, o “eu móvel” vai exercer todo o seu efeito achatador, libertando os indivíduos para serem de fato capazes de trabalhar e se comunicarem de e para qualquer lugar, qualquer que seja a ferramenta escolhida.

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Como resultado desses esferóides, motores podem agora falar com computadores, pessoas podem falar com pessoas, computadores podem falar com computadores e pessoas podem falar com computadores a distâncias maiores, mais rapidamente, com menor custo e mais facilmente do que nunca antes.

240

Minha tese é de que a queda do Muro de Berlim, o surgimento do PC, o Netscape, o fluxo de trabalho, a terceirização, o offshoring, o código aberto, a internalização, a cadeia de fornecimento, a in-formação e os esferóides reforçaram uns aos outros, como bens complementares.

252

Os zippies são a legião de jovens indianos da primeira geração a adentrar a vida adulta enquanto a Índia abandonava o socialismo e mergulhava de cabeça no comercio global e na revolução da informação, tornando-se a grande prestadora de serviços do mundo. A Outlook chamou os zippies de seu país de “filhos da liberação”, definindo-os como “jovens moradores das cidades ou subúrbios, entre os 15 e 25 anos de idade, cheios de energia. Pertencem à Geração Z. São homens ou mulheres, estudantes ou profissionais, descolados, confiantes e criativos; transpiram atitude, ambição e aspiração, e querem desafios, amam o risco e ignoram o medo”.

276

É verdade que os muros, tetos e chãos que estruturavam nossa vida econômica e política não estão desaparecendo em todos os lugares, todos de uma vez, com a mesma velocidade. Mas vão desaparecer. Algumas pessoas vão responder a isto com um sentimento de alegria e liberdade – uma oportunidade de decolar, expandir, cavar ou construir em qualquer direção com uma coleção totalmente nova de instrumentos. Outras vão reagir com a ansiedade de um pessoa em queda livre, sem qualquer coisa para segurá-las e sem qualquer coisa para proteger sua privacidade. (...) Os antigos limites – muros, tetos e chãos – estão desaparecendo, mas ainda não sabemos exatamente o que vai substituí-los. Mas sabemos que todos nós ainda somos seres humanos, e seres humanos precisam de paredes, tetos e chãos – precisamos de normas de comportamento e regras de comércios consensuais. Precisamos de maneiras consensuais de estabelecer autoridade e construir comunidades, trabalhar, proteger direitos autorais de determinar em quem confiar.

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Suspeito de que a rede que espalhou a mentira de que os judeus haviam sido advertidos a não ir para o trabalho no qualquer de setembro foi uma rede altamente homogênea formada de pessoas com idéias semelhantes que queriam acreditar na mentira que estavam espalhando e que não se abriram ou se expuseram a pontos de vista alternativos. Isto vale para muitas redes do mundo plano.

282

A HP, atualmente, conta com mais de 150 mil funcionários, espalhados por 170 países; é não só a maior fabricante de tecnologia de consumo do mundo como a maior empresa de Ti da Europa (e também da Rússia, do Oriente Médio, da África do Sul). Como pode a HP ser mesmo uma empresa americana, se a maioria de seus funcionários e clientes está fora dos Estados Unidos – ainda que sua sede seja em Palo Alto? (...) Nessas circunstâncias, o dilema que vem tirando o sono dos Estados-nação e seus cidadãos é como lidar com essas corporações.. A quem elas serão leais?

285

A verdade nua e crua é que gerentes, acionistas e investidores basicamente não querem saber de onde vêm seus lucros nem onde se criam empregos. O que querem é uma empresa viável. Já os políticos, por sua vez, querem estimular a criação de empregos num determinado lugar. E à população – seja ela americana, européia ou indiana – o que interessa é que haja bons empregos por perto.

286

A Rolls-Royce, que, apesar de ainda sediada na Inglaterra, hoje conduz suas operações por meio de uma cadeia de fornecimento global, e cujo principal executivo, um inglês sagrado cavaleiro pela rainha, foi convidado pelo chanceler germânico para ajudá-lo a aquecer os negócios alemães na Rússia, porque por acaso um dos elos da cadeia de fornecimento da Rolls-Royce passa por Brandemburgo.

288

[A secretária de Colim Powell] Não consigo mais me livrar dele – brincou ela, referindo-se às ordens constantes que recebe por e-mail. Logo em seguida, porém, acrescentou que, no fim de semana anterior, estava no shopping fazendo compras com as amigas quando recebeu uma mensagem instantânea de Powell, encarregando-a de uma tarefa de relações públicas. Qualquer. – Minhas amigas ficaram impressionadas. Euzinha, falando com o secretário de Estado!

É o que acontece quando se substitui um mundo vertical (de comando e controle) por outro muito mais horizontal (de interconexão e colaboração) e plano. O seu chefe, agora, pode cuidar do seu próprio trabalho e do seu. Pode se secretário de Estado e seu próprio secretário. Pode lhe passar instruções a qualquer hora do dia ou da noite – de modo que você nunca está fora do escritório. Está sempre presente. Está sempre por perto. Os chefes, se quiserem, podem colaborar de maneira mais direta e com um maior numero de membros de sua equipe do que nunca antes – independentemente de quem sejam ou de sua posição na hierarquia. Os subordinados, todavia, precisarão também empenhar-se muito mais para manter-se mais bem informados que seus superiores.

289

No século XIX o grande conflito era entre o trabalho e capital. Agora, é entre cliente e trabalhador, com a empresa de intermediária.

295

Nenhum governo controla o espaço virtual. Assim, a questão é: quem vai ficar com os seus bits depois que você morrer? O Yahoo! Negou aos pais de um rapaz morto em um acidente a senha de sua caixa postal, alegando que pelo contrato assinado com os usuários, estes concordavam que os direitos sobre a IDENTIDADE ou conta de algum membro são encerrados em caso de falecimento. (...) É um problema muito concreto. Armazenei vários capítulos deste livro na minha conta da AOL, imaginando que eles estariam mais seguros no ciberespaço. Se tivesse me acontecido alguma coisa durante o trabalho, minha família e meus editores precisariam processar a AOL para obter acesso ao texto. Alguém, por favor, me resolva esse dilema.

297

Há uma cena de A Morte do Caixeiro-viajante em que Willy Loman declara que, ao contrário de seu colega, Charley, ele pretende ser “apreciado” – e diz aos seus filhos que, nos negócios e na vida, o caráter, a personalidade e as relações humanas são mais importantes que o conhecimento. E complementa: “O sujeito que marca presença no mundo dos negócios, aquele que desperta interesses pessoais, é esse que vai para a frente. Se vocês forem apreciados, nunca vai lhes faltar nada.“

298

Como consumidor, quero tarifas telefônicas menores, mas o ser humano que também sou quer falar com um telefonista humano quando ligar para o serviço de auxilio à lista. Sim, meu lado leitor adora navegar pela rede e ler os blogueiros, mas o cidadão que carrego dentro de mim também gostaria que alguns deles tivessem um editor, um intermediário, que lhes dissesse para averiguar certos fatos só mais uma vez antes de clicar no botão de “enviar” e bradar para o mundo inteiro que algo é errado ou injusto.

323

“Quando voltava da escola, minha mãe perguntava: Você fez uma boa pergunta hoje? Fazer boas perguntas fez com que eu me tornasse um cientista.”

324

A primeira, e mais importante, capacidade que você pode desenvolver num mundo plano é a capacidade de “aprender como aprender”, para absorver constantemente, e ensinar a si próprio, maneiras novas de fazer coisas velhas ou maneiras novas de fazer coisas novas. (...) Nesse mundo, não é apenas o que você sabe, mas como você aprende o que vai diferenciá-lo. Porque o que você sabe hoje estará desatualizado mais cedo do que você pensa.

326

No mundo atual, QC e QP (quociente de curiosidade e quociente de paixão) são muito mais importantes do que o QI.

“O trabalho tem importância, mas a curiosidade tem mais importância. Ninguém trabalha mais duro para aprender do que uma criança curiosa.”

328

Em terceiro lugar, você precisa gostar de pessoas.

332

Quando você ouve seus pais dizendo a você para fazer o que você ama, eles não estão lhe dando algum tipo de água com açúcar. Estão dando a você uma estratégia de sobrevivência.

341

Os EUA têm 4 mil faculdades e universidades. O resto do mundo junto tem 7.768.

343

China, Índia e outros paises asiáticos não terão sucesso em inovação até que tenham mercados de capital bem-sucedidos, e não terão mercados de capital bem-sucedidos até que tenham leis fortes que protejam os interesses de minorias sob condições de risco... Nós nos EUA somos afortunados beneficiários de séculos de experimentação econômica e somos a experiência que tem funcionado.

Os EUA também têm uma das leis trabalhistas mais flexíveis do mundo. Quanto mais fácil é demitir alguém numa industria que está morrendo, mais fácil é contratar alguém numa industria que cresce, que cinco anos antes ninguém sabia que existia. Esta é uma grande vantagem, principalmente quando você compara a situação dos Estados Unidos a mercados de trabalho inflexíveis e rigidamente regulados, como o da Alemanha, cheio de restrições do governo a contratações e demissões. Flexibilidade para deslocar trabalho e capital para onde a melhor oportunidade existir, e capacidade de rapidamente deslocá-los de novo, se o primeiro deslocamento deixar de ser lucrativo, é essencial num mundo que se torna plano.

Se você quer que mais pessoas corram o risco necessário para inovar, basta por mais confiança no ambiente.

Ter abundancia de confiança é essencial num mundo de colaboração, porque quanto mais as pessoas confiarem umas nas outras, ou em seus lideres, mais chance existe de elas trabalharem bem juntas.

349

[Sobre a China] Primeiro tínhamos medo do lobo, depois começamos a querer dançar com o lobo, e agora queremos ser o lobo.

353

Num mundo plano, o maior talento vai ganhar mais, acrescentou ele, “e se você não estiver à altura, alguém vai substituí-lo – e não vai ser o sujeito do outro lado da rua”.

356

O que aconteceria se as regiões do mundo fossem como os bairros de uma cidade? Que aparência teria o mundo? Eu o descreveria assim: a Europa Ocidental seria uma espécie de asilo de idosos, com uma população de idade elevada sob os cuidados de enfermeiras turcas. Os Estados Unidos seriam um condomínio fechado, com um detecto de metal  no portão da frente e muita gente sentada nos jardins das casas queixando-se de que todos os demais são preguiçosos, ainda que houvesse uma pequena abertura na cerca dos fundos para imigrantes mexicanos e outros trabalhadores ativos que ajudam a comunidade isolada a funcionar. A América Latina seria o lugar das diversões da cidade, o bairro dos clubes, onde o dia de trabalho só começa depois das dez da noite.
É o bairro onde vale a pena passear, mas entre as boates não se vêem muitos novos negócios se abrindo, a não ser nas ruas onde moram os chilenos. Os senhorios nesse bairro quase nunca reinvestem seus lucros ali mesmo, mas os depositam num banco do outro lado da cidade. A rua dos árabes seriam um beco escuro onde os forasteiros temem aventurar-se, a não ser em algumas ruelas laterais chamadas Dubai, Jorgânia, Catar e Marrocos. Os únicos negócios novos são bombas de gasolina, cujos proprietários, tal como as elites do bairro latino, raramente reinvestem seus recursos no bairro. Muita gente da rua dos árabes mantém as cortinas cerradas, as persianas abaixadas e colocam letreiros na frente das casas dizendo: “Não entre. Cuidado com o cachorro”. A India, a China e o Leste Asiático seriam “a parte esquisita da cidade”. O bairro é um imenso mercado muito movimentado, formado por pequenas lojas e fábricas instaladas em um único cômodo, com diversas escolas preparatórias e faculdades de engenharia. Ninguém jamais dorme nesse bairro, todos moram em famílias numerosas, e todos trabalham e economizam para conseguir passar para “oi lado bom da cidade”. Nas ruas chinesas não há leis, mas todas as estradas são bem pavimentadas, não há buracos e toda a iluminação funciona. Nas ruas indianas, ao contrario, ninguém troca as lâmpadas queimadas, as ruas estão cheias de sulcos, mas a policia faz questão de que as normas sejam obedecidas. Para vender limonadas nas ruas indianas é preciso obter uma licença. Felizmente, é possível subornar os guardas, e os empresários bem-sucedidos têm geradores para tocar suas fabricas e usam telefones celulares de ultimo modelo para compensar o mau estado das linhas telefônicas. Infelizmente, a África é o bairro onde todas as lojas estão fechadas, a expectativa de vida declina e os únicos edifícios novos são as casas de saúde.

Não é possível vencer a pobreza de um país garantindo emprego a todos. Todos os anos o Egito garante emprego àqueles que completam a educação superior, e continua atolado na pobreza, com crescimento econômico lento há cinqüenta anos.

358

Por que empresas e países com concorrentes sempre inovam mais, melhor e mais rapidamente?

365

A Irlanda está jogando no ataque, enquanto a Alemanha e a França estão jogando na defesa, e quanto mais tentam proteger cada emprego antigo, menos empregos novos atraem. Veja os resultados: em 1990, a força de trabalho total da Irlanda era de 1,1 milhão. No final de 2005, era de aproximadamente 2 milhões, sem qualquer desemprego real.

366

No mundo plano, nós vamos falar cada vez menos de “países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos” e cada vez mais nos “países inteligentes, nos mais inteligentes e nos mais inteligentes de todos”.

367

[Não dá mais para aceitar] o argumento de que a persistente estagnação de certas culturas é uma questão de colonialismo ocidental, geografia ou herança histórica.

368

Glocalização: o grau de capacidade de uma cultura estar aberta a influências e idéias estrangeiras.

A abertura é essencial, porque se começa a respeitar as pessoas por seu talento e capacidades. Quando conversamos com um empresário ou empresária do outro lado do mundo, não sabemos qual a cor de sua pele. Tratamos com pessoas na base do talento, e não da raça ou etnia, e isso modifica sutilmente, ao longo do tempo, toda a nossa visão dos seres humanos, caso vivamos nesse mundo com base no talento e no desempenho e não no mundo com base na herança”.

369

Qual é o lema do tribalista? “Eu e meu irmão contra meu primo; eu, meu irmão e meu primo contra o estrangeiro.” E qual é o lema dos globalistas, dos que constroem cadeias de fornecimento colaborativas? “Eu7, meu irmão e meu primo, três amigos de infância, quatro pessoas na Austrália, duas em Pequim, seis em Bangalore, três da Alemanha e mais quatro pessoas que conhecemos somente pela Internet constituem juntas uma única cadeia global de fornecimento.”

373

[Passam décadas e] No Cairo, a linha dos prédios permanece sempre igual. Na China, se alguém passar um ano sem voltar a uma cidade, tem a impressão de que nunca esteve lá antes.

380

“Mesmo se estivermos no caminho certo, seremos atropelados se ficarmos parados no mesmo lugar.”

383

“Na confusão, busca a simplicidade.

Da discórdia, busca a harmonia.

Na dificuldade, está a oportunidade.”

Albert Einstein

“Todos querem crescimento econômico, mas ninguém deseja mudanças.”

384

Se você quiser florescer nesse mundo que se torna plano, é melhor entender que o que puder ser feito vai ser feito – e muito mais rapidamente do que você pensa. A única questão é se será feito por você ou em v. Você vai conduzir a inovação ou algum de seus concorrentes vai usar isto para atropelar você?

 [Algumas constatações sobre os empresários que estão conseguindo sucesso neste novo mundo plano:]

Regra número 1: Quando o mundo se achata – e você se sente achatado – procure uma pá e cave dentro de si mesmo. Não tente construir muralhas.

“Agora estamos competindo com freelancers! Isso nunca nos aconteceu antes. Nossos concorrentes eram firmas de tamanho e recursos semelhantes. Fazíamos coisas parecidas de maneiras diferentes, e cada firma conseguiu encontrar um nicho e sobreviver. Hoje a dinâmica é completamente diferente.” (...) Do ponto de vista do cliente, qual a diferença entre o produto produzido por uma grande empresa que contrata um jovem designer e o cola diante de um computador; nossa companhia, que igualmente contrata um garoto e o põe na frente do computador; e o garoto que tem um computador no porão de sua casa?

O que vendemos agora é a visão estratégica, o instinto criativo e a inspiração artística. Vendemos soluções inspiradas e criativas, vendemos personalidade. Nossa competência básica e nosso foco se concentram naquilo que não pode ser digitalizado. Sei que nossos clientes atuais e futuros somente virão a nós e ficarão conosco por causa dessas coisas. Por isso, contratamos mais gente que pensa e passamos a encomendar a tecnologia a outros.

Regra número 2: Os pequenos se comportarão como grandes. Uma maneira para que as firmas pequenas sobrevivam no mundo plano é aprender a comportar-se como se fossem realmente grandes. E a chave para agir como grandes sendo pequenas é a rapidez em aproveitar todos os novos instrumentos de colaboração a fim de chegar mais longe, mais depressa, mais ampla e mais profundamente.

Regra número 3: E os grandes se comportarão como pequenos. Uma maneira pela qual as grandes empresas aprenderam a prosperar no mundo plano foi se habituando a agir como se fossem pequenas e permitindo a seus clientes agir como grandes.

As empresas que hoje prosperam são as que compreenderam o consumidor autodirigido.

Regra número 4: As melhores companhias são os melhores colaboradores. No mundo plano, cada vez mais negócios serão levados a efeito no interior das empresas ou entre elas, por uma razão muito simples: as novas camadas de criação de valor – seja na tecnologia, no marketing, na biomedicina ou nas manufaturas – estão se tornando de tal maneira complexas que nenhuma firma ou departamento individual será capaz de dominá-las sozinho.

[Hoje] produtos não passam de equipe para equipe. Não há etapas de desenvolvimento separadas e seqüenciais. Em vez disso, é algo simultâneo e orgânico. Produtos são trabalhados paralelamente por todos os departamentos de uma vez – design, hardware, software – em rodadas intermináveis de análises de design interdisciplinares.

[A nacionalidade da Rolls Royce] No Reino Unido as pessoas nos consideram uma empresa britânica, mas na Alemanha somos uma companhia alemã. Nos Estados Unidos somos uma companhia norte-americana, e em Cingapura somo uma companhia cingapurense, isso é necessário para poder estar próximo ao cliente mas também aos fornecedores, empregados e comunidades nas quais operamos. Hoje em dia a empresa emprega pessoas de cerca de cinqüenta nacionalidades, que falam outros tantos idiomas. Aproximadamente 75% dos componentes utilizados em sua cadeia global de fornecimentos são encomendados ou produzidos no exterior.

Pode ser que o sol tenha se posto no Império Britânico, mas nunca se põe na nova Rolls-Royce.

Micromultinacionais, a onda do futuro.

Regra número 5: Num mundo plano, as melhores empresas se mantêm saudáveis fazendo radiografia dos pulmões e em seguida vendendo os diagnósticos aos clientes.

“Diga de novo”, exclamei, a HP, que eu chamo quando minha impressora enguiça, ganhou um contrato de terceirização para gerenciar o banco de dados das 750 filiais do banco estatal indiano? Que diabo pode saber a HP sobre o gerenciamento dos sistemas de apoio de um banco na Índia?  [Porque pelo seu gigantismo acabou desenvolvendo um sistema que agora pode ser vendido também para bancos.]

Regra número 6: As melhores companhias terceirizam para vencer e não para encolher-se. Terceirizam para inovar com maior rapidez e a custos mais baixos a fim de crescer, ganhar fatias de mercado e contratar mais funcionários de diferentes especialidades, e não para economizar despedindo empregados.

Regra número 7: Terceirização também serve para os idealistas.

419

“Para construir são necessários anos de lento e laborioso trabalho. Para destruiu, basta o ato impensado de um único momento.”

Sir Winston Chrchill

420

Na entrada do vestiário estava a placa: “É proibido telefones celulares.”

Por que proibir celulares?

Era porque havia quem trouxesse celulares com câmeras fotográficas para os vestiários e tirava às escondidas fotos de homens e mulheres nus, para distribuí-las pelo mundo inteiro. Que é a vão inventar depois disso? Qualquer que seja a inovação, sempre há quem encontre um meio de abusar dela.

421

O pânico se instaurou em Cartum, no Sudão, depois que um boato percorreu a cidade dizendo que se um infiel [aquele que não pratica o islamismo] apertasse a mão de um homem, este perderia a virilidade. (...) A histeria se espalhou por telefones celulares e mensagens de texto. Pense nisso: É possível alguém ter um telefone celular e mesmo assim acreditar que um aperto de mão de um estrangeiro seja capaz de torná-lo impotente?

422

Se alguma coisa é possível, ela tem de ser feita, do contrário seus concorrentes a farão. A historia do desenvolvimento humano está repleta de comprovações desta realidade.

Usar tecnologia não torna ninguém moderno nem inteligente, moral, sábio, equânime ou decente. Simplesmente elas nos tornam capazes de nos comunicar, competir e colaborar mais longe e mais rapidamente.

425

Essa coisa de “Índia  Brilhante” nos irrita. É preciso ir às aldeias para ver se a Índia está brilhando. Brilha muito nas revistas, mas basta sair um pouco de Bangalore para ver a negação do brilho da Índia. Nas aldeias o alcoolismo é a regra e o infanticídio feminino e o crime estão aumentando. É preciso oferecer suborno para conseguir eletricidade e água; é preciso subornar o fiscal dos impostos para que calcule corretamente seus tributos.

440

Os habitantes medianos das aldeias da Índia não podem ser como as companhias indianas de alta tecnologia e driblar o governo, fornecendo sua própria eletricidade, seus próprios recursos hídricos, sua própria segurança, seu próprio sistema de transporte público e suas próprias antenas parabólicas. Precisam do Estado para isso.

446

Quando estacionamos nosso carro de manhã no centro da cidade, confiamos que o automóvel estacionado ao lado não explodirá; quando vamos aa Disneyworld, confiamos que o homem vestido de Michey não está usando um colete de explosivos sob a fantasia; quando tomamos o vôo da ponte aérea entre Boston e Nova York confiamos que o estudante estrangeiro sentado ao nosso lado não tem uma bomba no tênis. Sem confiança, não existe sociedade aberta, porque não existe policia suficiente para patrulhar todas as aberturas nas sociedades abertas. Sem confiança, tampouco pode haver mundo plano, porque a confiança nos permite derrubar muralhas, remover barreiras e eliminar atritos nas fronteiras. A confiança é essencial para um mundo plano, no qual há cadeias de fornecimento que envolvem dez, cem ou mil pessoas, a maioria das quais nunca se viu. Quanto mais as sociedades abertas se vejam expostas ao terrorismo indiscriminado, mais a confiança se desvanece e mais elas erguerão barreiras e fossos.

452

O problema é que uma grande parte dos muçulmanos deseja ao mesmo tempo estagnação e poder: querem um retorno aa perfeição do sétimo século e dominar o século XXI (...) As pessoas se encolerizam quando enfrentam um dilema intratável: tornam-se violentas”.

453

Sempre achei que o terrorismo não é fruto da pobreza material. É gerado pela pobreza de dignidade. A humanidade é a força mais subestimada nas relações internacionais e nas relações humanas. Quando as nações ou as pessoas se sentem humilhadas é que elas realmente reagem com energia e se entrega aa violência extrema.

454

No mundo plano, a humilhação chega pelas antenas parabólicas e cabos de fibra óptica. (...) Escreve Bin Laden: “Basta sabermos que a economia de todos os países árabes é mais débil do que a economia de um país que já fez parte de nosso mundo [islâmico], no tempo em que verdadeiramente seguíamos o Islã. Esse país é a Andaluzia, que perdemos. A Espanha é um país infiel, mas sua economia é mais forte que a nossa porque seu governante pode ser responsabilizado. Em nossos países não h a responsabilidade nem castigo, mas apenas obediência aos governantes e preces para que tenham vidas longas.”

463

Segundo o Banco Mundial (2004), 16 entre as 20 cidades mais poluídas do mundo já se encontram na China, e a poluição e degradação combinadas custam à China 170 bilhões de dólares por ano.

464

Há um Wal-Mart em Shenzhen, China, que vendeu 1.100 aparelhos de ar-condicionado em apenas um fim de semana de calor no verão de 2005. Uma loja! Pense no impacto ambiental quando houver um Wal-Mart em cada grande cidade chinesa!?

465

Não se engane: A política externa da China consiste hoje em apenas 2 coisas: impedir Taiwan de se tornar independente e procurar petróleo e outros recursos naturais.

-- Não estamos tentando dominar pessoa alguma. Simplesmente chegamos tarde ao jogo e quando olhamos em volta vimos que todas as cadeiras estavam ocupadas. A China está hoje em dia obcecada com a aquisição de suprimentos seguros de petróleo de países que não retaliariam contra ela caso invadisse Taiwan, e isso está levando a China a laços mais estreitos com alguns dos piores regimes do mundo.

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Uma coisa que não poderemos fazer é dizer aos jovens indianos, russos, poloneses ou chineses que justamente no momento em que eles estão chegando ao campo de jogo nivelado, terão de restringir-se e consumir menos, para o bem do mundo global.

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O milagre do PiB da China vai acabar em breve, porque o meio ambiente já não pode manter o passo... Metade da água em nossos sete maiores rios está completamente inutilizável... Um terço da população urbana está respirando ar poluído...

473

A plataforma do mundo plano permite a você pegar sua própria cultura local e transmiti-la ao mundo. (...) Agora você pode compor sua própria canção, criar uma versão podcast na língua que você quiser e compartilhá-la com o mundo em algum site de podcast. (...) A comida mais popular do mundo é a pizza, um pedaço de massa plano sobre o qual cada cultura põe sua própria comida e seu próprio sabor. (...) A plataforma “mundo plano” é como a massa da pizza. Permite que culturas diferentes temperem como quiserem e ponham o gosto que quiserem – e você vai ver isto mais do que nunca.

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A globalização do local “é a globalização invertida. Em vez de a mídia global estar envolvendo a Ásia, a mídia local da região está se tornando global. Esse fenômeno de globalização do local está sendo impulsionado pela demanda por notícias e informações  locais nas diásporas da Ásia, envolvendo notadamente os milhões de emigrantes chineses e indianos que agora vivem em todas as partes do mundo”.

“O mercado da diáspora significa que você tem jornais internacionais e canais de TV e rádio internacionais completamente baseados em línguas locais. Isto é o que eu chamo de globalização do local. Não é o global que vem e nos envolve. É o local que se torna global.”

490

À medida que o mundo se aplaina, um dos dramas mais interessantes que podemos observar nas relações internacionais será o inter-relacionamento das ameaças globais tradicionais com as cadeias de fornecimento novas e emergentes.

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Os povos dos países McDonald’s já não gostam mais de lutar em guerras. Preferem fazer filas para comprar hambúrgueres. E(...) à medida que os países vão se envolvendo na trama do comercio global e da elevação dos níveis de vida, de que a rede McDonald’s pode ser considerada um símbolo, o custo da guerra para o vencedor e o vencido pode ser proibitivo. (...) proponho a Teoria da Dell sobre Prevenção de Conflitos, cuja essência é que o advento e a propagação de cadeias globais de fornecimento just-in-time no mundo plano constituem contenção ainda mais forte de aventuras geopolíticas do que a melhoria geral do padrão de vida que a McDonald’s simbolizava.

A Teoria Dell estabelece: 2 países que participem de uma cadeia global importante de fornecimento, como a da Dell, nunca entrarão em guerra contra o outro. Isso porque os povos que fazem parte das grandes cadeias globais não desejam fazer guerras. O que querem é fazer entregas de bens e serviços just-in-time, e aproveitar a elevação dos padrões de vida que as acompanham.

496

A Teoria garante apenas que os governos de países mergulhados em cadeias globais de fornecimento terão de pensar três vezes, e não apenas duas, antes de entregar-se a qualquer guerra que não seja de autodefesa.

515

“Na internet, ninguém sabe que somos cachorros.”

Dois cães conversando, numa caricatura de Peter Steiner. (1993)

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Hoje, quando os indivíduos podem ter acesso a todos os instrumentos de colaboração e tornarem-se eles próprios superpotências, ou suas pequenas células, os indivíduos não precisam dominar um país para serem capazes de ameaçar muitas pessoas. Os pequenos podem agir hoje como se fossem muito grandes e apresentar um grave perigo à ordem mundial, sem os instrumentos de um Estado.

522

Nosso foco, portanto, tem de ser como estimular mais mutações boas e afastar as más.

Mas como se faz para nutrir em outras pessoas uma imaginação mais esperançosa, mais afirmativa da vida e mais tolerante? Todos temos de nos fazer essa pergunta.

526

Quando as recordações têm mais peso do que os sonhos, o fim está próximo. A marca distintiva de uma organização verdadeiramente bem-sucedida é a disposição de abandonar o que lhe trouxe o êxito e começar de novo.

536

A Revolução Francesa, a Revolução Americana, a democracia indiana e até mesmo a eBay se baseiam em contratos sociais cuja característica dominante é que a autoridade vem de baixo, e as pessoas podem sentir-se poderosas por si mesmas – e assim se sentem – para melhorar sua sorte. As pessoas que vivem nesses ambientes tendem a passar o tempo concentradas no que vão fazer e não em quem culpar.

539

As pessoas não mudam por ouvirem conselhos para fazê-lo. Mudam quando se convencem de que é preciso.