EXTRATO DE: A
LÓGICA DO MERCADO DE AÇÕES
AUTOR:
JOHN R. NOFSINGER
ED.
FUNDAMENTO – 2010
12
Um
aspecto adicional da prospect theory é que as pessoas se separam cada
investimento para monitorar os ganhos e as perdas e reexaminar as posições
periodicamente. Essas contas separadas são chamadas de contabilidade mental. Essa análise individual de cada investimento
– em vez da abordagem de portfólio – limita a capacidade do investidor de
minimizar riscos e maximizar retornos.
13
(...)
pessoas tendem a achar que são melhores do que realmente são.
17
As
pessoas podem ter excesso de confiança. Os psicólogos chegaram à conclusão de
que o excesso de confiança faz com que elas superestimem seus conhecimentos,
subestimem os riscos e exagerem um pouco a sua capacidade de controlar os
eventos.
18
Há
provas de que, quando se pede a alguém para apostar em “cara ou cora”, a
maioria aposta um valor maior se a moeda ainda não foi lançada. Se a moeda já
foi lançada, mas o resultado não revelado, as pessoas apostam valores menores.
Agem como se seu envolvimento, de alguma maneira, afetasse o resultado.
Quando
perguntaram quanto esperavam ganhar com seu portfólio, a resposta foi, em
média, 11,7%. Em geral, os investidores sempre esperam retornos acima da média.
19
Investidores
superconfiantes compram e vendem excessivamente.
22
Os
retornos líquidos, isto é, após os custos de corretagem, são muito mais baixos
pra o grupo de investidores de alta rotatividade. O retorno líquido para o
grupo de rotatividade mais baixa é, em média, 18,5% ao ano, contra 11,4% para o
grupo mais ativo.
25
A
avalanche de informações não capacita as pessoas tanto quanto elas pensam,
simplesmente por tão terem embasamento para interpretá-las.
26
As
ações com ótimo desempenho no mês anterior foram recomendadas para compra. No
mês seguinte, essas ações tiveram um desempenho abaixo do mercado de mais de
19%. Já as recomendações de compra com péssimo desempenho no mês anterior
(estratégia de valor) superaram a média do mercado em amais de 15% no mês seguinte.
No todo, as ações recomendadas para compra não tiveram desempenho
significantemente diferente do que o mercado em geral.
Um
número anormalmente grande de publicações está associado a um volume mais alto
de transações. Tais estudos concluíram que as recomendações desses sites de
ações, em geral, não contêm informações de valor.
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Adquire-se
excesso de confiança com as experiências de sucesso. Se tomamos a decisão
certa, atribuímos o resultado à capacidade e ao talento. Se, por outro lado,
tomamos a decisão errada, acreditamos que foi por falta de sorte.
29
A
tendência de usar corretoras on-line está deixando os investidores com um
excesso de confiança jamais visto.
33
As
pessoas evitam atitudes que geram arrependimento e buscam as que causam
satisfação.
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Vários
estudos comprovam que os investidores se comportam de uma maneira mais coerente
com o efeito da disposição, ou seja, vendem as ganhadoras. Tais estudos
geralmente classificam-se em duas categorias: os que pesquisam o mercado de
ações e os que pesquisam as transações dos investidores.
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Considerando-se
o comportamento implícito pelo efeito da disposição: quem compra uma ação que
sobre rapidamente está mais propenso a vendê-la logo. No entanto, quem compra
uma ação que cai, ou se mantém constante, tende a mante-la na esperança de que
suba.
39
Na
média, os investidores têm 50% a mais de probabilidade de vender uma ação que
dá lucro do que uma ação que dá prejuízo.
Observou-se
que, quando ocorre um alto retorno positivo na semana anterior, aumenta
significativamente a propensão do investidor para vender a ação. É
interressante notar que isso se aplica a qualquer nível de sofisticação dos
investidores, sejam eles pessoas físicas ou grupos de investidores
institucionais.
41
Os
investidores tendem a vender as ações que dão altos retornos e a manter as que
dão retornos baixos.
43
O
prazer de ter lucros e a dor de ter prejuízos são poderosos motivadores do
comportamento humano.
45
As
pessoas agem ou deixam de agir de modo a evitar o arrependimento e buscar a
satisfação, o que faz investidores venderem suas ações em posições ganhadoras
prematuramente e manterem por tempo demasiado as perdedoras.
48
Há
uma tendência de se usar um resultado passado como fator para a avaliação de
uma decisão atual arriscada. Ou seja, as pessoas dispõem-se a assumir riscos
maiores após um ganho e riscos menores após uma perda.
50
Não
é freqüente uma cobra picar as pessoas, mas, quando isso acontece, as vitimas
passam a tomar mais cuidado. Da mesmo forma, quem teve o azar de perder dinhieor passa a acreditar que continuará sem sorte. Por
conseguinte, evita assumir riscos.
A
necessidade de “sair-empatado” parece ser ainda mais forte do que o efeito “picada-de-cobra”.
53
A
dor de se “desfazer” de algo é aquilo que realmente mais afeta a decisão das
pessoas.
Preferência
pelo status quo – quanto mais complicada fica uma decisão
a ser tomada, mais provável é que a pessoa opte por não fazer nada.
55
As
percepções imprecisas de experiências passadas podem levar a decisões não
acertadas.
56
Quanto
mais tempo tiver transcorrido após experimentos ruins, manos dolorosos estes
lhes parecerão ter sido.
58
Antes de apostar,
os jogadores se sentem mais inseguros quanto às suas chances; depois de terem
feito a aposta, suas opiniões mudam para serem consistentes com a decisão
tomada.
59
É
difícil superar o desempenho do mercado. A mioria dos
fundos de ações nos EUS não consegue superar, consistentemente, o Índice
Standard & Poor’s 500 (S&P 500).
61
Resumindo:
a pessoa compra na alta; se o preço das ações cai, ela sente a “picada de
cobra” e quer cair fora. Por isso, vende na baixa.
62
A
memória humana é mais uma recordação de emoções e sentimentos do que uma
recordação de fatos.
65
Uma
situação bastante comum: as pessoas têm dinheiro aplicado em contas de poupança
que rendem muito pouco, no entanto tomam empréstimos com altas taxas de juros,
perdendo dinheiro.
73
Quando
os investidores resolvem vender uma ação que traz prejuízo, tendem a agrupar
mais de uma venda no mesmo dia. [para minimizar a dor]
A
limitação da contabilidade mental poderia explicar, também por que a maioria
das pessoas não investe no mercado de ações, mesmo sabendo que a média de
retorno desse mercado é alta.
78
Em
geral, os investidores se comportam como se estivessem escolhenco
que eu comer em um bufê: “Isto parece bom... Acho que vou pegar um pouco
disto... Talvez um pouco mais daquilo... Disseram que este é bom...”
92
Boas
empresas são as que geram fortes resultados, têm alto crescimento no faturamento
e são bem administradas. Bons investimento são as ações cujo preço sobe mais
que o das outras.
93
Uma
outra medida muito usada para avaliar ações glamorosos e com potencial de
valorização é a relação ou índice preço/lucro. As empresas com altos índices de
preço sobre lcuro são mais atrativas do que as com
baixo índices.
94
Não empresa boa que
tenha um bom desempenho para sempre, assim como não há empresa ruim que tenha
um mau desempendo para sempre.
Quem
investe em fundos de investimento também comete o erro de extrapolação. Os
fundos listados nas revistas e jornais com o mais alto desempendo
recente são os que recebem uma enxurrada de investidores. Tais pessoas vivem à
caça dos fundos vendedores. Na verdade esse tipo de investiemnto
é tão popular que tem um nome especifico: investimento de momentum, ou seja,
aquele impulso que leva o investidor a acompanhar o fluxo do mercado.
95
Em
resumo, os investidores consideram que os resultados operacionais passados de
uma empresa e o desempenho anterior das ações são representativos das
expectativas futuras. Infelizment, as empresas tendem
a reverte à média a longo prazo, ou seja, as empresas em rápido crescimento
reduzem suas taxas de cresciemnto à medida que
aumenta a concorrência. E, em contrapartida, os investidores descobrem, muito
desapontados, que as ações não tiveram o desempenho esperado.
97
A
inclinação de investir no que lhes é familiar faz as pessoas investirem muito
mais em seu próprio pais do que sugerem as idéias tradicionais de diversificação.
Os investidores seguem a “influencia da vizinhança” porque as emrpesas de seu próprio pais lhes são mais conhecidas do
que as estrangeiras.
99
Os
investidores que vivem na Geórgia detêm 16% da Coca-Cola, sendo que a maioria
deles é de Atlanta. A Conc-Cola vnede
seus produtos no mundo todo, mas os mais familiarizados com a emrpesa são os que detêm um portcentual
mior de seu capital acionário.
Os
gestores profissionais de recursos também investem no conhecido. Muito embora
tenham acesso a várias fontes de informação e ferramentas de análise, os
investidores profissionais americanos direcionam suas carteiras para as emrpesa regionais.
101
Não
há empresa alguma que, por si só, seja mais segura do que um portfólio
totalmente diversificado, como no caso do mercado de ações em geral. É óbvio,
portanto, que a familiaridade claramente distorce a percepção de risco da spessoas.
106
Em
1989, somente 31,6% das famílias americanas possuíam ações – basicamente,
investimentos no mercado acionário, fundos de investimento ou planos de
previdência. Em 1995, essa taxa de participação já estava em 40,4%. Em 1998,
48,9% das famílias investiam em acoes de alguma
maneira.
107
Será
que o grupo social afeta o seu patrimônio? Ao que tudo indica, a resposta é
sim. As pessoas de um mesmo grupo tendem a desenvolver os mesmos gostos e
interesses e a ter um estilo de vida semelhante.
109
A
imprensa especializada tem alegado com freqüência que entre 60% a 67% dos
clubes de investimento superam o mercado. Se for verdade, esse numero é
impressionante, pois a maioria dos fundos de investimento
dificilmente consegue superar o mercado.
[Mas
pesquisa....] Se você fosse o tesoureiro de um fundo, em que situação
responderia a uma pesquisa? É bem mais provável que respondesse se os retornos
de seu clube fossem altos e que não respondesse se fossem baixos. O viés
psicológico que nos leva a buscar a satisfação e evitar o arrependimento sugere
esse comportamento. Com efeito,
apenas 5% a 10% dos clubes se dão ao trabalho de responder à pesquisa. Muito
provavelmente são os clubes que tiveram altos retornos, portanto os resultados
da pesquisa representariam, na melhor das hipóteses, os clubes de maior
sucesso, não sendo representativos dos clubes de investimentos como um todo.
Durante
um período analisado, as 500 empresas que compõem o índice S&P 500
obtiveram, em média, 18% de retorno a.a. Os clubes tiveram, em média, um
retorno bruto de 17%. Tirando as despesas, foi de apenas 14,1%.
115
Quando
se torna público o que os outros pensam sobre determinadas ações, começa a se
formar um consenso social e, à medida que as pessoas agem baseadas nesse
consenso, vai-se desenvolvendo o “efeito manada”. Nesse caso, o comportgamento dos investidores não difere do comportamento
dos antílopes. Esses animais se agrupam para se proteger dos predadores. Sua
manda está parada e, de um minuto para o outro, dispara num galope. Um antílope
está sempre com todos os sentidos ligados para perceber os movimentos dos
companheiros. Dessa forma, n"ao será deixado para trás.
O
sentimento de arrependimento por escolher uma ação em posição perdedora é menor
quando se sabe que muitos outros estão no mesmo barco – “dores compartilhadas,
dores alividadas”.
No
final de 1999, quando a média histórica do índice P/L do mercado estava em
torno de 15, não havia justificativa para o índice da Yahoo! Estar em 1.300 e o
da eBay em 3.300. Muitos analistas concluíram que
eram necessárias novas medidas de avaliação para essa nova revolução na
economia.
118
Quando
a balança diz que você aumento 15 quilos, a culpa é claramente da balança, que
parou de funcionar. Quem “vai na onda” da manda baseia seus investimentos na fé
e não em uma análise abalizada.
120
Os
psicólogos e economistas que analisaram o papel da emoção na tomada de decisões
constataram que sentimentos e emocoews totalmente
desvinculados do assunto podem afetar as decisões. O termo desvinculado, nesse caso, significa que as emoções não têm relação
com as decisões a serem tomadas. Por exemplo, pode-se estar de bom humor porque
o sol está brilhando ou porque seu time acabou de ganhar, e esse sentimento bom
pode, em seguida, influenciar uma decisão de investimentos.
(...)
quanto mais complexa e incerta a situação, mais as emoções influenciam a
decisão.
121
Quem
está de bom humor vê o mundo diferente do que quem não está.
122
(...)
ou seja, em geral as pessoas se deixam influenciar indevidamente por seu humor
ao tomar uma decisão financeira.
128
(...)
uma vez imbuídos de otimismo, os investidores tendem a “dar um desconto” ou
mesmo a ignorar notícias negativas. (...) Ao minimizar a importância da
notícia, os investidores deixam de toar a melhor decisão.
O
preço de uma ação normalmente é determinado pelos investidores otimistas.
132
Quanto
mais as coisas mudam, mais as pessoas continuam iguais. As bolhas de mercado
não são fenômeno recente, muito menos novidade.
135
Três
anos consecutivos de prejuízos frequentemente fazem com que os investidores com
horizontes de trina anos se transformem em investidores com horizontes de três
anos; eles só pensam em cair fora.
139
Parece
que psicologicamente é mais fácil economizar quando se recebe uma “bolada” do
que quando os rendimentos entram de maneira regular.
145
Tão
importante quanto ter metas específicas de investimento é relacionar por
escrito os critérios de investimento. Antes de comprar uma ação, compare os
critérios da empresa que as emitiu com os seus próprios. Se a ação não atender
a seus critérios, não invista.
146
Diversifique
tendo vários tipos de ações.
Invista
também em renda fixa.
Verifique
suas ações uma vez por mês.
Faça
suas transações somente uma vez por mês, sempre no mesmo dia.
Analise
seu portfólio anualmente, para ver se está consoante com seus objetivos
específicos.
Evite
ações vendidas a menos de US$5. A maioria das trapaças nos investimentos é
feita com essas ações de preço irrisório.
Evite
salas de bate-papo, elas só servem para estimular seu excesso de confiança.
Lembre-se
que você jamais sabe mais do que o mercado.
Conheça
a si mesmo. Os investidores “instruídos no mercado” costumam falhar por
permitir que seus viesses psicológicos controlem suas decisões.
GLOSSÁRIO
BUY-AND-HOLD
– comprar e manter ações/títulos.
Moment estrategy – estratégia de seguir o mercado.
Vesting period – período de aquisição de direitos
Dissonância
cognitiva – contradição entre o que a pessoa pensa de si mesmo e uma atitude
tomada.
Tax swap –
compensação do imposto de renda