EXTRATO DE: ENSAIOS
AUTOR: Michel de Montaigne (28/2/1533-13/9/1592)
Editora 34 –
1580/2016
MEU COMENTÁRIO:
“Ensaios” é a obra
de uma vida de Montaigne. Nela reflete sobre uma infinidade de temas: Da
tristeza; Dos mentirosos; Da ociosidade; Do medo; Da amizade; Do sono; Das vãs
sutilezas; Da crueldade; Da glória; Da virtude; Da vaidade; entre muitos outros
até terminar com “Da experiência”.
Montaigne viveu e
escreveu suas observações da vida e do cotidiano dos homens há 450 anos. No
entanto, tais reflexões poderiam ter sido realizadas hoje, dado que nossos
costumes, nossos problemas, nossas angústias, nossos prazeres e tudo o mais não
mudaram essencialmente em nada, apenas, talvez, na superficialidade mundana.
Abaixo reuni um
conjunto de aforismos/ditados que encontrei na obra e que servem para reforçar
a intenção de Montaigne em falar para o cidadão comum.
E como Montaigne
faz referência a muitas personalidades da história grego-romana, no final deste
extrato listo a maioria os citados dando a época em que viveram.
AFORISMOS DE Montaigne
A amizade tem os
braços suficientemente longos para que nos possamos abraçar através do espaço.
Ah! Um amigo!
Quanto não daria para ter um, e como é verdadeiro o ditado antigo que afirma
ser a amizade mais necessária e agradável do que a água e o fogo!
A carência de
prudência conduz à carência de animo, o que é pior ainda.
A covardia é mãe da crueldade. (...) vi
gente cruel ter a lágrima fácil a propósito de coisas insignificantes.
A febre que nos agita, reunidos, obnubila a
razão de cada um em particular.
A injustiça no
pormenor é necessária à justiça no todo.
A obstinação e a
convicção exageradas são a prova mais evidente da estupidez.
A opinião que temos
das coisas é que as valoriza.
A prudência, tao
cuidadosa, tao circunspecta é inimiga dos grandes feitos.
Bom psicólogo foi
quem disse que, para um casamento feliz, é necessário unir um homem surdo a uma
mulher cega.
Cada qual aprecia o
odor de seu esterco.
Cada qual considera bárbaro o que não se
pratica em sua terra.
Contam-se aos
milhares os que naufragam no porto.
Defender sugere o ataque; a desconfiança
provoca a ofensa.
É com o traseiro
que nos sentamos no mais alto trono do mundo.
É empurrando a
porta que verificamos se está fechada.
É pelo gozo não
pela posse que somos felizes.
Em verdade, a
contradição e a oposição são naturais na mulher e muito lhes agrada
desagradar-nos.
Exageramos o que
sentimos para provocar lágrimas.
Feliz é a morte que
nos surpreende sem que haja tempo para preparativos!
Já me dão muito os
príncipes, quando nada me tiram, e fazem-me um bem suficiente quando não me
prejudicam.
Lastimar não mais
viver dentro de cem anos é tao absurdo quanto lamentar não ter nascido um
século antes.
Mil caminhos
desviam da meta, um só conduz a ela.
Muito mais bela é a
saúde depois da enfermidade.
Nada cai quando
tudo cai. Uma doença que a todos atinge torna-se um estado normal de saúde para
os indivíduos.
[E digo eu: Em
terra de cego, quem tem um olho é vítima de bulling.]
Não deve meter-se a
mentir quem não tem memória.
Não é para
encontrar gascões que vou à Sicília.
Não existe alma,
por mais pobre e grosseira que seja, em quem não se
desenvolva alguma faculdade especial.
Não há beneficio
próprio que não resulte de algum prejuízo alheio.
Não há prazer
conhecido cuja procura em si já não constitua uma satisfação.
Nenhum homem de bem
há de querer ostentar o que tem em comum com tantos outros.
Ninguém verá
prolongar-se o seu mal se não o quiser.
Nossas tolices
adquirem dignidade quando impressas.
O bem e o mal só o
são, as mais das vezes, pela ideia que deles temos.
O homem não cede a
outrem a glória que conquistou.
O vento nunca é
favorável a quem não tem um porto de chegada previsto.
O vulgo, não sendo
capaz de julgar as coisas em si, se atém às aparências.
Presunção e
estupidez andam juntas.
Procuremos navegar
nessas águas turvas sem, entretanto, nelas querer pescar.
Quem anseia por
adquirir não pensa no adquirido. A cobiça caracteriza-se pela ingratidão.
Quem deseja
curar-se de sua ignorância precisa confessá-la.
Quem procura e
pondera todas as circunstâncias de uma questão, não a leva a cabo.
Quem, para provar o
que sustenta, se revela arrogante, mostra que a razão não é seu forte.
Reis e filósofos
precisam diariamente esvaziar os intestinos: e também as mais belas damas.
Saber que dissemos
ou fizemos uma tolice, pouca importância tem; o importante é saber que somos
tolos.
Só nos comovemos
com o que nos fere.
Somente nos
conformamos com os deveres que se coadunam com nossas paixões.
Todos os dias levam
à morte, só o último a alcança.
Todos têm tendência
a agravar o pecado de outrem e atenuar o próprio.
Tudo
abraçamos, mas não
apertamos senão vento.
Um homem de pequena
estatura é tao completo quanto outro muito grande.
Um pouco de loucura
previne um excesso de tolice.
INTRODUÇÃO AOS ENSAIOS
André Scoralick –
Michel de Montaigne e seu tempo
Todas essas
diferenças [encontradas nos indígenas das Américas] provocaram um verdadeiro
choque nas convicções éticas e políticas do europeu do século XVI – impacto tao
grande que uma das formas dele proteger suas crenças foi negar a humanidade
daquele homem (uma das principais questões em debate na época foi a de saber se
o índio tinha alma, de que tipo; se ele pertencia ou não à linhagem de Adão
etc.). Enfim, homem, stricto sensu, é o europeu, o “civilizado”; o que segue
determinados costumes e valores – que tem fé, tem lei e tem rei.
O tupinambá promove
o canibalismo num contexto religioso: ao comer o adversário capturado, adquire
suas virtudes; o ritual reforça os laços da comunidade. E quanto aos franceses?
Em nome de que verdade ilusória, no contexto das Guerras de Religião,
queimam-se uns aos outros nas fogueiras, mentem, traem, massacram-se
mutuamente, de maneira covarde?
Aquilo que para o
moderno Estado laico parece trivial (a convivência de duas ou mais religiões),
para o Estado francês do século XVI parecia impensável.
A divisão da fé
levava à divisão social. (...) A diversidade de religião divide a nação contra
si mesma.
No século XVI, as
leis, o direito, enfim, o próprio Estado, tinham seu fundamento na religião.
Para Montaigne as
paixões, impulsos irracionais, fonte de todos os vícios morais, precisam ser
refreadas, contidas ou mesmo extintas, suprimidas.
[E ainda:] Uma vez
que se possua a ciência do bem – e que se possa, a partir daí, buscá-lo -, as
“coisas exteriores” (riqueza, honra etc.) deixa de despertar em nós as paixões,
permitindo-nos finalmente alcançar a tranqüilidade da alma e a felicidade.
“A melhor forma de
governo de um país é aquela que vem sendo adotada tradicionalmente e não a
ideal, pois sua eficiência depende somente dos costumes.”
LIVRO I
Os estóicos admitem
que socorramos os aflitos mas não que nos enterneçamos ante o sofrimento ou
dele nos compadeçamos.
Sêneca: Todo
espírito preocupado com o futuro é infeliz.
A alma perturbada e
agitada se confunde quando lhe falta um objetivo. Exige ela, sempre, algo a que
culpar e contra o que agir.
Que causas não
inventamos para as desgraças que nos afligem? A quem ou a que, com razão ou sem
ela, não culpamos a fim de ter algo contra que nos havermos?
Plutarco: Não nos
devemos encolerizar contra as acontecimentos, porquanto não se preocupam com as
nossas iras.
A guerra admite como
licitas muitas práticas condenáveis; o principio de que “ninguém deve procurar
tirar proveito da estupidez alheia” (Cícero) não vale.
Dizem os italianos:
“É sempre glorioso vencer, deva-se a vitória ao acaso ou ao engenho”.
[Não para
Alexandre, que justifica assim não atacar Dario na escuridão da noite:] “Não me
parece digno roubar vitórias. Prefiro queixar-me da sorte a envergonhar-me da
vitória”.
Nossas obrigações
são limitadas pelas nossas forças e os meios de que dispomos; a execução e as
conseqüências de nossos atos não dependem de nós; somente a nossa vontade depende.
Horácio:
Satisfeitos com o presente, evitemos preocupar-nos com o futuro.
Cícero: Ao se
atirar ao alvo o dia inteiro, alguma vez se atingirá a meta.
[Diágoras, o ateu,
assim responde a quem lhe indaga sobre os quadros comemorativos (em um templo)
de pessoas que se salvaram de naufrágios:] “Que pensa de tantos indivíduos
salvos graças aos Deuses°” – “É, mas os que pereceram nada pintaram e são muito
mais números.”
Se o mal só tem
acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder, ou
não o levarmos a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Se tal coisa depende de
nós, por que não a resolveremos, liquidando-a ou tirando vantagem dela?
Se as coisas que
tememos tivessem um caráter próprio, a todos se imporiam de igual maneira,
produzindo idênticas conseqüências.
De que nos serve
entender as coisas se com isso nos tornamos mais covardes, se esse conhecimento
nos tira o repouso e a tranqüilidade de que gozaríamos sem ele, se nos reduz a
condição pior que a do porco de Pirro?
Teres, pai de
Sitalces, dizia que quando não estava em guerra não lhe parecia houvesse alguma
diferença entre ele e o seu moço de estrebaria.
Há quem para chegar
à pobreza jogue ao mar seus escudos, esse mesmo mar que outros esquadrinham e
batem para encontrar a riqueza.
Epicuro: Não é a carência
e sim a abundancia que acarreta a avareza.
Publílio Sírio: A
fortuna é de vidro; quanto mais brilha tanto mais frágil.
Cícero: O fruto da riqueza
é a abundância a abundância acarreta a saciedade.
A fortuna não nos
outorga o bem ou o mal, ela se limita a fornecer-nos os elementos do bem e do
mal, os quais nossa alma, mais poderosa do que ela, trabalha e aplica como lhe
apraz, tornando-se dessa maneira única senhora e causa de nossa condição.
Todas as coisas
dependem da maneira por que são encaradas: o estudo é motivo de tormento para o
preguiçoso; o beberrão sofre sem vinho; a frugalidade é um suplício para o
comilão; o exercício uma tortura para delicado ocioso, etc.
Dionísio, o Antigo, era na guerra um general
muito bom, como convinha à sua condição; pois se atormentava para que
apreciassem nele principalmente seu talento poético, em verdade bem medíocre.
Horácio: O pesado
boi gostaria de carregar a sela e o cavalo de puxar a charrua.
Horácio: Pensa que
cada dia é teu ultimo dia, e aceitarás com gratidão aquele que não mais
esperavas.
Sêneca: Nenhum
homem é mais frágil do que outro, nenhum tem assegurado o dia seguinte.
Lucrécio: Oh
desgraça, um só dia nefasto basta para envenenar todas as alegrias da vida.
Viver pouco ou
muito é a mesma coisa, pois nada é longo ou curto quando deixa de existir.
Lucrécio:
Considerai em verdade que os séculos inumeráveis, já passados, são para vós
como se não tivessem sido.
O lavrador lucra
quando o trigo é caro; o arquiteto quando a casa cai em ruínas; os oficiais de
justiça com os processos e disputas dos homens; os próprios ministros da
religião tiram honra e proveito de nossa morte e das fraquezas de que nos
devemos redimir; nenhum médico se alegra em ver seus próprios amigos com saúde;
nem o soldado seu país em paz com os povos vizinhos.
O hábito atrofia
nossos sentidos. (...) O hábito retira-nos a possibilidade de um juízo sadio.
Cícero: Que
vergonha para um físico apelar para o costume a fim de provar a verdade”
A razão humana é um amalgama confuso em que todas as
opiniões e todos os costumes, qualquer que seja a sua natureza, encontram
igualmente lugar.
[Há povos em que]
quando um negociante se casa todos os negociantes convidados à cerimônia dormem
com a recém-casada, antes mesmo do marido; e quanto maior o número, maiores
honras e consideração se lhe demonstram por sua coragem e resistência.
[Em outros] as
mulheres não ousariam casar antes de oferecer sua virgindade ao rei.
[Noutros] não é
crime ter filhos da própria mãe, como não o é se unirem os homens a suas filhas
e filhos.
Há países em que é
dever piedoso matar o pai que atingiu uma certa idade; alhures decide o pai
sobre a sorte dos filhos quando ainda se amamentam, designando os que quer
conservar educar e os que destina ao abandono e à morte.
Em suma, a meu ver,
não há o que o costume não faça ou não possa fazer; e com razão afirma Píndaro,
ser o hábito o rei e imperador do mundo.
Lucrécio: Não há
nada tao grande nem tao agradável à primeira vista que aos poucos não nos cause
menos admiração.
[Às 3 ordens do
Estado, o clero, a nobreza e o povo, se adiciona a da justiça (*).]
[(*), Justiça, bem
entendido, para os que podem pagar pela sentença favorável.]
A uns incumbe zelar
pela paz, a outros pela guerra; uns têm o lucro como premio, outros a honra;
àqueles a ciência, a estes a virtude; àqueles a palavra, a estes a ação;
àqueles a justiça, a estes a intrepidez; àqueles a razão, a estes a força; e
usam uns a toga e outros o uniforme.
Os que subvertem um
Estado são em geral as primeiras vitimas da subversão; raramente se aproveita
da perturbação quem ergue o estandarte da rebeldia; ele simplesmente agita e
turva a água para outros pescadores.
Qualquer que sejam
nossos projetos e os conselhos a que recorremos, e as precauções tomadas, o
destino aí está de posse dos sucessos.
Os cuidados e
despesas de nossos pais visam apenas encher-nos a cabeça de ciência; de
bom-senso e virtude não se fala.
Cícero: Na maior
parte das vezes a autoridade de quem ensina é nociva aos que desejam aprender.
Quanto aos que,
encarregados de instruir vários espíritos naturalmente diferentes uns dos
outros pela inteligência e pelo temperamento, a todos ministram igual lição e
disciplina, não é de estranhar que dificilmente encontrem em uma multidão de crianças
somente duas ou três que tirem do ensino o devido fruto.
Voltar atrás,
corrigir-se, abandonar sua opinião errada no ardor da discussão, são qualidades
raras, das almas fortes e dos espíritos filosóficos.
Anaxímenes escrevia
a Pitágoras: “Como posso preocupar-me com o segredo das estrelas, quando tenho
sempre presente a meus olhos a morte ou a escravidão?”
Dizia Menandro que
podia estimar-se feliz quem tivesse encontrado a sombra de um amigo.
[Para Platão] Todas
as coisas produzem-nas a natureza ou o acaso, ou a arte. As mais belas e
grandes são frutos das duas primeiras causas; as menores e mais imperfeitas, da
última.
Platão: A
ignorância dos ouvintes abre bela carreira aos argumentos inverificáveis.
A virtude tornou-se
um penduricalho bom para se pendurar no gabinete, uma palavra solta na ponta da
língua, um simples enfeite, com um brinco.
Dêem-me a ação mais
bela, mais pura, e conseguirei sem dificuldade atribuir-lhe as piores intenções
por origem.
Estes, que vês furioso e fora de si, escalar
as ruínas do forte, em meio à fuzilaria; e o outro que, cadavérico, esfomeado,
coberto de cicatrizes e decidido antes a morrer do que a deixar passar o
inimigo, imaginas que agem por conta própria? Pois é por conta de fulano e beltrano,
que nunca viram, fulano e beltrano que não se preocupam sequer com seus feitos
e mergulham no ócio e nos prazeres enquanto eles se matam.
Pérsio: Gozemos;
somente os dias que damos ao prazer são nossos; brevemente não será mais que
cinza, sombra, fábula.
Glória e repouso
são incompatíveis entre si.
Cícero: Exatamente
os que mais combatem [a reputação e a glória] querem que seus nomes figurem nos
livros que escreveram a respeito e que o seu desprezo pela glória os
glorifique.
Tito Lívio: O
último reforço parece ter obtido toda a vitória.
A alguém que dizia
a Teopompo, rei de Esparta, que se os negócios públicos iam tao bem era porque
ele sabia comandar, respondeu o monarca: “Digam, antes, que o povo sabe
obedecer”.
Sêneca: Sabeis por
que o achais grande? É porque o medis com o pedestal.
Quando tremer com
receio da morte, acalmar-se-á com a presença dos seus fidalgos camareiros?
Ovídio: Amor demais
enjoa, como perturba o estômago um prato agradável comido com exagero.
Sêneca: A maior
vantagem da realeza está em que o povo é não somente obrigado a sofrer mas
ainda a louvar os gestos do senhor.
Sêneca: Os homens
seguem-me porque é bonito ou por costume; e mais do que a mim à minha fortuna,
a fim de aumentar a deles próprios.
Cornélio Nepos: É
com seus costume que cada um constrói o seu destino.
Dizer, como o temos
feito, que só os príncipes poderão comer chernote, usar veludo e tecidos de
ouro, proibindo-os ao povo, é dar importância a essas coisas e aumentar em
todos o desejo de as ter.
A licença de roubar
e pilhar [e estuprar], que atenua grandemente as misérias da guerra para o
soldado, não se pode exercer em seu próprio país.
Anílio: Muitas
vezes a imprevidência acerta e a prudência engana; a sorte não está
forçosamente com os mais dignos; sempre inconstante, como cega, joga-se de
qualquer lado.
As coisas em si
mesmas podem ter peso, medida, condições intrínsecas; dentro de nós, a alma as
transforma como entende. A morte é coisa terrível para Cícero, desejável para
Catão, indiferente para Sócrates.
Penso que há em nós
mais vaidade do que infelicidade, mais tolice do que malícia, mais vazio do que
maldade, mais vileza do que miséria.
Aríston: A oratória é a ciência de persuadir
o povo.
Lucrécio: O bem que
não temos parece preferível ao resto; quando obtemos a coisa desejada logo
queremos outra, e nossa sede é inestancável.
Plauto: O mais
delicioso perfume de uma mulher está na ausência de qualquer odor.
Pérsio: Pouco
numerosos são os capazes de exprimir seus anseios em voz alta.
Aposentar os homens
antes de cinqüenta e cinco ou sessenta anos não me parece muito acertado. A meu
ver deveriam manter-nos em nossos cargos e empregos tanto tempo quanto
possível, enquanto com isso não se comprometesse o interesse geral; mas acho,
por outro lado, um erro não nos aproveitarem mais cedo.
LIVRO II
Lucano: O homem
corajoso é o que enfrenta o perigo se preciso e o evita se possível.
Lucrécio: Nada há
que temer de um mal futuro, se não
devemos existir quando esse mal ocorrer.
Ovídeo: Enche-se a
alma de esperança ou temor segundo o testemunho que damos de nós a nós mesmos.
Ora, como diz
Plínio, cada qual é para si mesmo excelente objeto de estudo, desde que tenha
qualidades suficientes para se observar.
Horácio: Não raro o
medo de um mal conduz a outro maior.
Não cabe recompensa
para a virtude, por grande que seja, quando ela participa dos costumes. E não
creio mesmo que a consideraríamos grande se fosse comum.
Para Aristóteles, é
a imbecilidade que predispõe a avareza.
O único resultado que pude constatar no
emprego da vara ou do chicote foi tornar as almas mais covardes e mais
obstinadas no mal.
Apresso-me em me
apresentar como sou, porque não quero que se enganem.
Quando iniciavam o filosofo Antístenes nos
mistérios de Orfeu, disse-lhe o sacerdote que os que praticavam essa religião
receberiam, ao morrer, as mais admiráveis recompensas. “Por que então não
morres?”, observou o filósofo.
A eloqüência de
Platão, no que concerne à imortalidade da alma, impeliu alguns de seus
discípulos ao suicídio, a fim de gozar mais cedo a recompensa que o filósofo
prometia.
Condenamos tudo o que nos parece estranho e
também o que não compreendemos.
Somo vítimas da
inconstância, da irresolução, da incerteza, do luto, da superstição, da
preocupação com o futuro, inclusive o de depois da morte, da ambição, da
avareza, do ciúme, da inveja dos apetites desregrados e insopitáveis, da
guerra, da mentira, da deslealdade, da intriga, da curiosidade.
Que vantagens
tiraram Varrão e Aristóteles dessa sua inteligência peregrina? (...) Por
saberem que em alguns países as mulheres pertencem a todos, consolaram-se das
infidelidades da suas? (...) Não nos consta que suas vidas se tivessem
aproximado da perfeição. (...) Estará demonstrado que o prazer e a saúde tenham
mais sabor nos que conhecem a astronomia e a gramática?
Limitem-nos a
constatar que só a humildade e a submissão engendram homens de bem. Não é
possível deixar ao livre-arbítrio de cada um a escolha de seu dever; é preciso
prescrever-lho.
Sêneca: A
ignorância que tudo aceita sem discussão é um remédio para os nossos males.
A simplicidade
torna a existência mais agradável e a alma mais pura e melhor. Os simples e os
ignorantes, diz São Paulo, elevam-se e conquistam o reino dos céus; nós, com
todo o nosso saber, afundamos nos abismos do Inferno.
Nada há na natureza
tampouco que permaneça, subsista. Tudo o de que se compõe foi ou está nascendo
ou morrendo.
Lucrécio: Sacudindo
a cabeça calva, o velho lavrador suspira; compara o presente ao passado, louva
a felicidade de seu pai e fala sem cessar da moral dos tempos antigos.
Verso de Epicarmo:
Não quero morrer, mas é-me indiferente estar morto.
Plínio: Nada é
certo senão a incerteza.
Sêneca: Em tudo o
prazer cresce na razão do perigo que nos deveria afastar dele.
[Atitude fundamental
dos céticos]: A todo raciocínio pode-se opor um raciocínio de igual força.
Ovídio: O permitido
não tem encantos; o proibido excita o desejo.
O que sei por
experiência é que nunca os suplícios modificaram a moral de um povo. De outros
meios é que dependem a ordem e a normalidade dos costumes.
Sêneca: As fechaduras atraem os ladrões;
quem rouba com arrombamento não entra em casas abertas.
Crisipo e Diógenes
diziam que, entre todas as volúpias, não há mais perigosa, nem de que mais se
deva fugir do que a aprovação alheia. (...) Nada envenena tanto os príncipes
quanto a lisonja.
Aristóteles coloca
a gloria em primeiro lugar entre os bens que nos vêm de fora de nos mesmos, e
considera igualmente criticável buscá-la
exageradamente ou dela fugir.
A que devem César e
Alexandre seu imenso renome, senão à sorte? (...)
Quantos cuja existência ignoramos, tiveram coragem idêntica à desses heróis mas
se viram desde o inicio esmagados pelo azar?
Sêneca: A
recompensa a uma nobre ação está em a ter realizado.
Não há legislação em que não se depare com
alguma mistura de cerimônias fúteis ou
de lendas fantasistas que servem apara manter o povo no caminho do dever.
A religião dos
beduínos, diz Joinville, declara, entre outras coisas, que a alma de quem morre
por seu príncipe passa para um corpo mais feliz, mais belo, mais forte do que o
primeiro, o que os induz a se exporem de bom grado ao perigo.
A primeira
distinção que se verificou entre os homens, a consideração que inicialmente determinou
a preeminência de uns sobre outros, foi determinada provavelmente pela vantagem
da beleza.
Aristóteles define
pela magnanimidade o fato de odiar e amar abertamente, de julgar e falar com
franqueza e de não atentar para a aprovação ou a crítica alheias em detrimento
da verdade. Apolônio dizia que mentir era peculiar ao escravo e falar a verdade
a característica do homem livre. A verdade é a condição primeira, fundamental
da virtude, é preciso amá-la por si mesma.
Terêncio: Quando o
espírito mergulha na dúvida, o menor impulso faz pender o prato da balança.
Sempre se pode
prognosticar o contrário do que declaram [clima, economia, política, etc.]
É fácil acusar um governo de imperfeição,
coisa comum a tudo o que é mortal; é fácil impelir o povo ao desprezo pelo que
apreciava antes; quem quer que o tenha tentado alcançou-o. mas substituir por
algo melhor o que se destruiu, muitos o experimentaram sem resultado.
Os sábios [e o
homem comum] que têm por profissão julgar os livros, só dão valor ao que
concorda com sua doutrina.
Penso que minhas opiniões são boas e justas;
quem não pensa assim?
Uma boa [ou má]
educação modifica o julgamento e os costumes.
Entre nós, hoje em dia [meados do século
XVI!!!], a verdade não é o que é, mas o que consegue persuadir os outros.
Dos prazeres e bens
que gozamos não há um só ao qual não se amalgame algum mal ou inconveniente.
As próprias leis da
justiça não poderiam existir sem alguma injustiça.
Tácito: “As
punições exemplares comportam sempre algo iníquo, que atinge os particulares
mas aproveita à [beneficia ] sociedade.
No livro sete das Epístolas familiares, de
Cícero, encontra-se uma dirigida a César na Gália e na qual Cícero reproduz
este trecho da que ele próprio recebera e que respondia: “quanto a Marco
Flávio, que me recomendaste, farei dele o rei da Gália. Se queres que favoreça
algum outro amigo teu, manda-o a mim”.
Harpaste, mulher de
Sêneca, perdeu repentinamente a vista, mas ignora que ficou cega e atormenta a
pessoa encarregada de tratá-la a fim de que a leve para fora, porque, diz,
minha casa é demasiado escura. O que nela se presta ao riso, é, acredita, o que
ocorre com todos nós; ninguém percebe que é avarento ou invejoso. Só que os
cegos pedem um guia, ao passo que n os afundamos sozinhos no erro.
As carnificinas que
se seguem às vitórias são obra em geral das massas inconscientes e dos que se
ocupam das bagagens; e o que faz que presenciemos tantas e incríveis crueldades
nas guerras de que participa o povo é o fato de a canalha, acostumada ao
assassínio, se tornar cruel pelo habito de chafurdar no sangue e esquartejar
cadáveres a seus pés, não tendo outra concepção de valentia.
Matar alguém [por
vingança] impede apenas que nos ofenda de novo no futuro, mas não nos vinga da
ofensa recebida; há nisso mais temos que bravura, mais previdência que vontade
de castigar. (...) Não é contra ele que agimos, é em nosso beneficio.
O que torna os tiranos tao sanguinários é a
preocupação com a própria segurança. (...) As primeiras crueldades cometem-se
espontaneamente; delas nasce o temos de uma justa vingança, o que provoca toda
uma teoria de novas crueldades.
As torturas
excessivas não duram muito. Se duram, não nos parecem suficientemente dolorosas.
Daí os engenhosos suplícios da Antiguidade, alguns dos quais ainda conservamos.
Calcôndilo conta que o imperador Maomé
aplicava não raro o horrível
suplício de cortar os homens em dois com um só golpe de cimitarra dado no meio
do corpo, acima das ancas (...). Nem sempre os mais horríveis são os mais
dolorosos. Segundo outros historiadores, Maomé mandou esfolar vivos alguns senhores,
ordenando, com requintes de crueldade, que a operação fosse conduzida de modo a
prolongar-se por quinze dias.
A variedade é,
efetivamente, normal na natureza (...). Nunca houve no mundo duas opiniões
idênticas, como não há dois pelos nem dois grãos de cereal. A qualidade mais
universal e comum é a diversidade.
LIVRO III
Nosso ser é um aglomerado de qualidades que
são ao mesmo tempo defeitos.
Quem extirpasse o
germe dos maus sentimentos do coração do homem destruiria nele as condições
essenciais à vida.
Os vícios têm sua
função, e servem para soldar os diversos elementos da sociedade, como o veneno
se utiliza na conservação de nossa saúde. Se são desculpáveis, porque o
interesse comum os exige, deixemos que os pratiquem os cidadãos mais enérgicos,
cuja vontade de salvar o país leva ao sacrifício da honra e da consciência,
como levara outrora heróis a sacrificarem a vida.
Nós, mais fracos,
fiquemos com os papéis mais fáceis e menos arriscados. O interesse público
exige que se traia e mate; abdiquemos em beneficio de indivíduos mais
obedientes e acomodatícios.
Cícero: O que
melhor vai a cada um é o que lhe é
natural.
Há defeitos lícitos
como há boas ações ilícitas.
Não somente as leis
permitem atos condenáveis como também nos incitam a cometê-los.
A filha de Sejano que, segundo a legislação
romana, não podia ser executada por ser ainda virgem, foi deflorada antes pelo
carrasco; atendia-se desse modo à letra da lei.
Castigamos os
cidadãos por terem acreditado em nós quando éramos diferentes do que agora
somos.
[Estamos] em uma
época tao corrupta e ignorante onde a estime que nos dedica [ao político] a
massa é injuriosa e na qual não sabemos em quem confiar para julgar o mérito
das coisas.
As tendências
naturais desenvolvem-se e se fortalecem pela educação,mas não se modificam.
[Montaigne disse isto 400 anos antes da descoberta do DNA. E mais adiante:] Não
se arrancam as raízes das tendências originais; dissimulam-se tao somente.
Os que tentam
corrigir os costumes de nossa época, com idéias em voga, só corrigem a
aparência viciada das coisas, mas não o fundo delas.
Cícero: Viver é
pensar.
Renuncio desde já
aos testemunhos favoráveis que queiram dar de minha pessoa [no seu velório],
não porque me considere indigno deles, mas porque estarei morto.
Os que, a fim de honrar o matrimônio, lhe
agregam o amor, fazem como os que consideram ser a nobreza indispensável à
virtude.
A nobreza é uma
bela qualidade, mas é qualidade por outrem outorgada e pode caber a um homem
sem caráter ou viciado.
No reino de Calcutá
(...) os homens podem ter concubinas à vontade e as mulheres os amantes que bem
entendam, sem que jamais se manifeste algum ciúme; mas é crime capital e
imperdoável fazê-lo fora de sua própria casta.
Além desse costume,
outros há, como o que proíbe o casamento entre pessoas de profissões
diferentes; assim uma filha de sapateiro não pode desposar um carpinteiro. Os
pais preparam seus filhos para exercerem a própria profissão com exclusão de
qualquer outra, o que mantém as diferenças sociais e impede quaisquer mudanças.
Sócrates, a quem
indagava se valia mais a pena casar ou não, respondia: “o que quer que façais,
haveis de arrepender-vos.”
Sólon, chefe da
escola favorável à regulamentação de todos os atos da vida, considera que o
marido deve ter relações com sua mulher somente três vezes por mês, a fim de se
achar sempre à altura de seu dever.
Avaliamos a
gravidade do vicio segundo o nosso interesse. Daí a relatividade de nosso
julgamento.
São Jerônimo: Uma
senhora que não se expôs à tentação não pode vangloriar-se de sua castidade.
[Pois, acrescenta
Montaigne] a importância do êxito mede-se pela dificuldade encontrada.
Virgílio: Ninguém
sabe até onde pode ir o ódio de uma mulher.
Nas Índias
Orientais, onde a castidade é particularmente apreciada, admite-se que uma
mulher casada se entregue a quem lhe ofereça um elefante, o que, dado o valor
do presente, constitui uma honra.
Sólon foi o
primeiro, na Grécia, a conceder legalmente às mulheres a liberdade de prover às
necessidades da existência pela prostituição, costume esse que, segundo
Heródoto, já fora introduzido, antes, nas instituições de vários outros povos.
Triste tem sido o resultado dos que buscam
inteirar-se da verdade!
É preciso que nos
esforcemos por evitar que saibam de nossos males, por isso os romanos, ao
voltar de suas viagens, enviavam à frente um mensageiro a fim de não
surpreender suas mulheres.
Catulo: O destino
recusa-se a ouvir nossas lamentações.
O mais vulgar dos
amores se faz desejável através da ideia de sua dificuldade. Em última
instância, como dizia o hospede de Flamínio, tudo é carne de porco e só os
molhos a diversificam.
Quintiliano: No
coração brota a eloquência.
Para Sócrates, o
amor é a necessidade de procriar por intermédio da beleza.
No ato sexual
qualquer pensamento diverso deixa de existir e sua tirania faz que toda a
teologia e toda a filosofia de Platão não passem de tolices.
Seitas, e até povos
inteiros, amaldiçoam a vida e bendizem a morte; alguns há que abominam o sol e
adoram as trevas.
Catulo: Uma vez
satisfeito o capricho, não mais ligamos para as nossas promessas e juras.
Como dizia Aristipo
a um dos jovens que se envergonhava de tê-lo visto entrar numa casa de
prostituição: “o mal não está em entrar, e sim em não sair”.
Agesilau: O amo e a
sabedoria não andam juntos.
Determina Platão em
suas Leis que quem tenha realizado alguma façanha de grande utilidade na
guerra, adquira o direito de, durante toda a campanha, e qualquer seja a sua
idade e feitura, exigir como recompensa os beijos e os favores de quem quiser.
[Avaliando a barbárie perpetrada pelos
espanhóis na América Central:] Quantas cidades arrasadas, quantos povos
exterminados! Milhões de indivíduos trucidados, em tao bela e rica parte do
mundo, e tudo por causa de um negócio de pérolas e pimenta! Miseráveis
vitórias! Nunca a ambição incitou a tal ponto os homens a tao horríveis e
revoltantes ações!
Em outra ocasião, os espanhóis mandaram
queimar vivos um uma só fogueira quatrocentos e sessenta prisioneiros de
guerra, dos quais sessenta eram fidalgos dentre os principais da região. Todos
esses pormenores por eles próprios nos foram comunicados, pois não somente
confessam tais barbaridades como delas se vangloriam.
O que toma partido
do povo faz do rei um indivíduo desprezível; o que defende o monarca coloca-o
pouco abaixo de Deus.
Cícero: Não há
conversação sem contradição.
Para que o Conselho
dos Reis conserve sua autoridade é preciso que os profanos não assistam às sessões.
Tem ocorrido que
mulheres, crianças e loucos governem grandes nações tao bem como os mais
capazes.
Plauto: Se vos elevardes pela sorte hão de
louvar-vos o talento.
Diógenes
respondendo a quem lhe indagava que vinho preferia: “O que não é meu”.
Os próprios bens do
espírito, e a sabedoria,parecem-nos sem sabor se os gozar longe da vista e da
aprovação das pessoas que nos são estranhas. (...) O mundo julga pelo que vê.
Um mal que dura há
tanto tempo é sem dúvida mais suportável do que um novo mal que ainda não se
experimentou.
Um governo é, como
diz Platão, uma força difícil de se dissolver; resiste muitas vezes a doenças
mortais que o roem interiormente; mantém-se, apesar das leis injustas, a
despeito da tirania, da prevaricação da ignorância dos magistrados, da licença
e da sedição dos povos.
Paris é a gloria da França e um dos mais
nobres ornamentos do mundo.
A ciência a
ocupação mais honrosas de uma mãe de família são as da casa. (...) É ridículo e
injusto que nosso suor e nosso trabalho sirvam para alimentar a ociosidade de
nossas mulheres.
Teofrasto: A vida depende da sorte, não da sabedoria.
Vejo nos proporem
amiúde modos de vida que nem os proponentes nem os que os escutam têm a
esperança, e sequer a vontade, de seguir.
Platão diz que só por
milagre quem se mete em política sai com a consciência limpa. (...) Uma boa
planta transplantada para um terreno muito diferente do que lhe convém,
transforma-se de acordo com o meio; não o modifica à sua conveniência.
Ninguém distribui
seu dinheiro aos outros, no entanto distribui-lhes seu tempo e sua vida.
O desejo imoderado
de ganhar perturba o espírito e o corpo, ofusca a inteligência e paralisa os
movimentos. Quem encara com sensatez a vitória e a derrota, permanece senhor de
si.
Os sábios dizem que
a natureza não faz indigentes e quem o é, só o é em conseqüência da desordem de
sua imaginação.
Um homem de bem não
é responsável pelos vícios ou tolices de seu oficio e não deve por isso
recusar-se a exercê-lo.
Cícero: Que valem
essas lisonjas que se adquirem no mercado?
Faz dois ou três
anos que foi o ano diminuído de dez dias, na Rança. (...) No entanto, nada
aconteceu; (...) Nossos hábitos não se ressentiam do erro, como não se
ressentem agora da correção, tao grande é a incerteza de tudo, tao grosseira é
a nossa compreensão das coisas; e tão obscura e obtusa.
É o vinho mais
agradável a quem sabe como se fabrica e de onde vem?
Tito Lívio: Os
homens têm tendência para espalhar rumores falsos.
Quem quer que
acredite em alguma coisa, considera obra convencer a outrem; e para tanto não
hesita em ampliá-la e melhorá-la, na medida em que julga necessário para
triunfar da falta de fé alheia.
Em geral os homens
gostam acima de tudo de propagar suas idéias e quanto carecem dos meios
habituais, juntam-lhes o mando, a força, o ferro e o fogo.
A princípio
persuadem-se os simples de espírito; depois, a autoridade do número e a
antiguidade dos testemunhos convencem os espíritos mais abertos.
Quinto Cúrcio:
Nunca a fama corresponde à verdade.
Tácito: Os homens
são induzidos a acreditar no que não compreendem; o espírito humano inclina-se
a crer mais facilmente no que é obscuro.
As três acusações
contra Sócrates: não crer nos deuses da cidade, querer introduzir novos deuses
e corromper a juventude.
A natureza parece
ter-se esforçado por não criar duas coisas idênticas.
Pouca relação
existe entre nossos atos, sempre em perpétua transformação, e as leis que são fixas
e estáticas. O mais desejável a esse respeito é que estas sejam as mais simples
possíveis e concebidas em termos gerais; e seria ainda melhor não as ter do que
as possuir tão numerosas.
Sêneca: Viver, caro
Lucílio, é lutar.
Para Epicuro, mais
do que aquilo que se come, se deve olhar com quem se come.
Gozamos os prazeres
como gozamos o sono, sem sentir.
Agesilau (
Anaxímenes (
Aristipo ( a.C./ a.C.): Filósofo grego, um dos primeiros discípulos
de Sócrates.
Aríston (
Catão (
Catulo ( 87 ou
Cícero, Marcus
Túlio (
Cornélio Nepos (
Crísipo de Solos (
Diágoras ( a.C./ a.C.): Poeta e sofista grego do século V a.C.
Diógenes (
Dionísio, o Antigo (
Epicarmo (
Epicuro (
Heródoto (
Horácio (
Lucano (30/65): Poeta romano, sobrinho de Sêneca.
Lucrécio (
Maomé (
Ovídio (
Pérsio ( a.C./ a.C.): Poeta satírico da Roma antiga e adepto do estoicismo.
Platão (
Plauto (
Plínio, o Jovem (61/114):
Político, jurista e orador romano. Seus escritos sobre o dia da erupção do
Vesúvio são o principal documento sobre o evento. Suas
cartas com o imperador Trajano, são um dos mais valiosos documentos para se
conhecer o cotidiano do império naquela época.
Plutarco (46/120): Filósofo,
historiador e ensaísta grego. Era um platônico mas
também aberto aos Peripatéticos (“os que passeiam”,
discípulos de Aristóteles que tinha o
hábito de ensinar ao ar-livre caminhando pelos jardins do Liceu).
Publílio (ou Públio) Sírio
( século I a.C.): Escritor da Roma antiga (mas nascido
na Síria).
Quintiliano (35/95): Orador e professor de retórica
romano.
Quinto Cúrcio (século I): Senador e historiador romano. Escreveu a
biografia de Alexandre, o Grande, em 10 volumes.
São Jerônimo (347/420):
Tradutor da Bíblia.
Sejano (
Sêneca (
Sócrates (
Sólon (
Tácito (65/117):
Senador e historiador romano (considerado um dos maiores deles).
Teofrasto (
Terêncio (
Teopompo (
Tito Lívio (
Virgilio (