Autor: Richard Dawkins
Ed. Companhia
das Letras – 2006
Nós vamos
morrer, e isso nos torna afortunados. A maioria das pessoas nunca vai morrer,
porque nunca vai nascer. As pessoas poetenciais que
poderiam estar no meu lugar, mas que jamais verão a luz do dia, são mais
numerosas que os grãos de areia da Arábia. Certamente esses fantasmas não
nascidos incluem poetas maiores que Keats, cientistas maiores que Newton.
Sabemos disso pq o cojunto das pessoas possíveis permitidas
pelo nosso dna excede em muito o conjunto de pessoas reais. Apesar dessas
probabilidades assombrosas, somos eu e você, com toda a nossa banalidade, que
aqui estamos...
PREFÁCIO
Robert M. Pirsig – “Quando uma pessoa sofre de um delírio, isso se chama
insanidade. Quando muitas pessoas sofrem de um delírio, isso se chama
Religião”.
1. Um
descrente profundamente religioso
Um teísta
acredita numa inteligência sobrenatural que, alem de sua obra principal, a de
criar o universo, ainda está presente para supervisionar e influenciar o
destino subseqüente de sua criação inicial.
Um deísta
também acredita numa inteligência sobrenatural, mas uma inteligência cujas
ações limitaram-se a estabelecer as leis que governam o universo.
Os panteístas
usam a palavra Deus como sinomimo não sobrentarual para a natureza.
Os deístas direrem dos panteístas pelo fato de que o deus deista é uma espécie de inteligência cósmica, mais que oo sinônimo metafórico ou poético dos panteístas para as
leis do universo. O panteísmo é um ateísmo enfeitado. O deismo
é um teismo amenizado.
Peça a uma
pessoa religiosa que justifique sua fé e você infringirá a “liberdade de
religião”.
O “direito de
ser cristão” parece significar o “direito de meter o bedelho na vida privada
dos outros”.
2. A
Hipótese de que Deus existe
Jefferson –
“Questiona com coragem até a existência de deus; porque, se houver um, ele deve
aprovar mais o respeito à razão que o medo cego”.
Bertran Russell
– “Muitos ortodoxos falam como se fosse obrigação dos céticos contraprovar
dogmas consagrados, e não dos dogmáticos comprová-los. Isso é, claro, um equivoco. Se eu sugerisse que entre a Terra e Marte há um
bule de chá chinês rodando em torno do Sol numa órbita elíptica, ninguém seria
capaz de contraprovar minha afirmação, desede que eu
tenha tido o cuidado de acrescentar que o bule é pequeno demais para ser
revelado até pelos nossos telescópios mais potentes. Mas, se eu prosseguisse
dizendo que, como minha afirmação não pode ser contraprovada, é uma pesuncao intoleraval por parte da
razão humana duvidar dela, imediatamente achariam que eu estava falando
maluquices. Se, porem, a existência do bule tivesse
sido declarada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada todos os
domingos e instilada na cabeça das crianças na escola, a hesitação em acreditar
em sua existência se tornaria um traço de excentricidade e garantiria ao
questionador o atendimento por psiquiatras numa era esclarecida ou por um
inquisidor em eras anteriores.
Ninguém se
sente obrigado a comprovar a inexistência dos milhões de coisas fantásticas que
uma imaginação fértil e brincalhona é capaz de sonhar.
Ambroise Bierce – Definição para o verbo rezar: pedir que as leis do
universo sejam anuladas em nome de um único requisitante, confessadamente desmerecedor.
Existem
motoristas que acham que deus guarda para eles uma vaga no estacionamento,
obrigatoriamente, portanto,
privando outra pessoa da vaga.
3.
Argumentos para a existência de deus
O fato de as
coisas estarem por escrito é persuasivo para pessoas que não estão acostumadas
a fazer perguntas como: “Quem escreveu, e quando?”; “Como eles sabiam o que
escrever?”; “Será que eles, naquela época, realmente queriam dizer o que nós,
em nossa época, entendemos que eles estão dizendo?”; Eram eles observadores
imparciais, ou tinham uma agenda que influenciava seus escritos?”. Desde o séuclo XIX, teólogos acadêmicos vêm defendendo que os evagelhos não são relatos confiáveis sobre o que a conteceu na historia do mundo
real. Todos eles foram escritos muito tempo depois da morte de Jesus, e também
das epístolas de Paulo, que não mencionam quase nenhum dos supostos fatos da
vida de Jesus. Todos eles foram copiados e recopiados, ao longo de mujitas “gerações de telefones sem fio”, por escribas
sujeitos a falhas e que, por sinal tinham suas próprias agendas religiosas.
A única
diferença entre O código Da Vinci e os evangelhos é que os evangelhos são
ficção antiga, enquanto este é ficção moderna.
Bertand Russel:
“A maioria dos homens intelectualmente eminentes não acredita na religião
cristã, mas esconde esse fato do publico, porque tem medo de perder sua renda.
O grande
matemático francês Blaise Pascal achava que, por mais imporvavel
que fosse a existência de Deus, há uma assimetria ainda maior na punição por
errar no palpite; É melhor acreditar em Deus, porque se você estiver certo
poderá ganhar o júbilo eterno, e se estiver errado n~´ao vai fazer a menor
diferença. Por outro lado, se você não acretiar em
Deus e estiver errado, será amaldiçoado para todo o sempre, e se estiver certo
não vai fazer diferença. Pensando assim, a decisão é óbvia. Acredite em Deus.
As pessoas com
tendências teológicas são sabidamente e com freqüência cronicamente incapazes
de distinguir a verdade daquilo que gostariam que fosse verdade.
4. Por que
quase com certeza Deus não existe
Os místicos
exultam com o mistério e querem que ele continue misterioso. (...) um dos
efeitos verdadeiramente negativos da religião é que ela nos ensina que é uma
virtude satisfazer-se com o não-entendimento.
Jetty Coyne,
geneticista americano: “se a história da ciência nos mostra alguma coisa, é que
não chegamos a lugar nenhum ao chamar nossa ignorância de Deus”.
“Quando alguém
atribui alguma coisa a Deus, geralmente isso quer dizer que ele não faz a menor
idéia, por isso está atribuindo a coisa a uma fada celeste inalcançável e
incognoscível. Peça uma explicação sobre de onde veio aquele cara,
e são grandes as chances de você receber uma resposta vaga e pseudofilosófica dizendo que ele sempre existiu, ou que não
pertence à natureza. O que, é claro, não explica nada.
Nosso tipo de
vida não consegue sobreviver sem a água em estado líquido. Os exobiólogos que provuram evidencias de vida
extraterrestre estão vasculhando os céus, na pratica, em busca de sinais de
água. Em torno de uma estrela típica como nosso Sol, existe uma zona chamada de
“Cachinhos Dourados” – nem quente demais nem fira demais, na temperatura certa
– para os planetas com água no estado liquido.
Já se estimou
que haja entre 1 bilhao e 30 bilhoes
de planetas em nossa galaaxia, e cerca de 100 bilhoes de galáxias no universo. Eliminando alguns zeros
por mera prudência, 1 bilhao de bilhões é uma
estimativa comservadora do numero
de planetas disponíveis no universo.
[Eu: É um
absoluto contra-senso as pessoas acreditarem em um Deus tão perfeitamente
perfeito para criar tudo em todo o universo, mas que, entretanto, nos cria à
sua imagem e semelhança só que cheios de doenças e defeitos genéticos; que nos
diz para nos ajoelharmos humilhados a seus pés pedindo por clemência e cura,
mas que atende a tão pouquíssimos, tão raramente, que tais eventos são
considerados... milagres!]
(...) se Deus
atendesse à maioria das orações para que um parente se recuperasse do cancer, o câncer não seria mais um problema a ser
solucionado pelos seres humanos. E aí o que íamos fazer com todo o nosso tempo
livre?
5. As raízes da
religião
Parte do que um
médico pode dar ao paciente é consolo e conforto. Isso não deve ser considerado
uma aberração. Meu médico não pratica a cura pela fé postando as mãos sobre
mim. Mas muitas vezes me vi instantaneamente “curado” de algum mal menor por
uma voz reconfortante, vinda de um rosto inteligente em cima de um
estetoscópio. O efeito placebo está bem documentado e nem é tão misterioso
assim. Pílulas sem efeito, sem nenhuma ação farmacológica, comprovadamente
beneficiam a saúde. É por isso que os ensaios clínicos duplos-cegos de remédios
precisam usar placebos como controle. É por isso que os remédios homeopáticos
parecem funcionar, mesmo que sejam tão diluídos a ponto de ter a mesma
quantidade de ingrediente ativo que o placebo controle – zero molécula.
Cathy Ladman, comediante americana: todas as religiões são a
mesma coisa, os feriados religiosos é que caem em dias diferentes.
Os darwinianos
também não se satisfazem com explicações políticas, como “a religiao
é um instrumento utilizado pela classe dominante para subjugar as classes
inferiores”.
A criança não
tem como saber que “Não nade no Limpopo infestado de crocodilos” é um bom
conselho, mas que “Você deve sacrificar um cabrito na época da lua cheia, senão
as chuvas não virão” é no mínimo um desperdício de tempo e de cabritos. As duas
advertências soam igualmente confiáveis. As duas vêm de uma fonte respeitável e
são feitas com uma honestidade solene que pede respeito e exige obediência. O
mesmo acontece com proposições sobre o mundo, sobre o cosmos, sobre moralidade
e sobre a natureza humana.
Todas as crenças religiosas soam estranhas para as pessoas que não foram criadas dentro delas.
O antropólogo
Pascal Boyer pesquisou o povo fang, de Camarões, que
acredita “que as bruxas têm um órgão interno extra, parecido com um animal, que
sai voando à noite e arruína as plantações das pessoas ou envenena seu sangue”.
Teleologia – é
a designação de um propósito para tudo. As crianças são teleológicas por
natureza, e muitas nunca abandonam a característica.
Daniel Dennett oferece uma classificação tripla útil para as
“posturas” que adotamos quando tentamos entender e portanto
prever o comportamento de entidades como animais, máquinas ou uns aos outros.
São elas:
§ A postura física
§ A postura de projeto
§ Pstura intencional.
A postura
física sempre funciona em tese, porque tudo acaba obedecendo às leis da física.
Mas pode demorar demais.
A postura de
projeto é um atalho econômico. Podemos adivinhar como o objeto vai se comportar
passando por cima da física e apelando diretamente ao design. Dennett diz: quase todo mundo é capaz de prever quando o
alarme de um relóio vai tocar, com b asena mais simples inspação de
seu exterior. Ninguém sabem nem quer saber se ele é movido a corda, a bateria,
...- simplesmente se assume que ele foi projetado para que o alarme toque
quando está marcado para tocar.
A portura intencional dá um passo além da postura de projeto.
Assume-se que uma entidade não só foi projetada para um fim
mas que também é, ou com´tem, um agente com intenções que orientam suas ações.
Quando você vê um tigre, é melhor não demorar muito para prever o provável
comportamento dele. O meio mais rápido de adivinhar o comportamente
dele é esquecer a física e a fisiologia e passar à busca pela intenção. [só
que] a postura intencional funciona para coisas que não têm intenções
conscientes deliberadas, assim como para coisas que têm.
Aceitamos sem
problemas que somos capazes de amar mais de um filho, mais de um progenitor,
mais de um irmão, mais de um professor, mais de um amigo ou mais de um animal
de estimação. Pensando assim, a exclusividade total que esperamos do amor
conjugal não é esquisita? Mas é o que esperamos, e é o que tentamos obter. Deve
haver um motivo. (...) do ponto de vista darwiniano (...) uma vez feita a
escolha – mesmo que seja ruim – e concebida a criança, é mais importante
manter-se fiel à escolha haja o que houver, pelo menos até que a criança seja
desmamada.
Uma pesquisa
antropológica como o Ramo de ouro de Frazer nos
impressiona com a diversidade das crenças irracionais humans.
Uma vez entrincheiradas numa cultura, elas persistem, evoluem e divergem entre
si, de uma maneira que remete à evolução biológica. (...) Um exemplo de
conseqüências trágicas é a crença de que o p~´o do chifre do rinoceronte tem
propriedades afrodisíacas.
A idéia da imortalidade em si sobrevive e dissemina-se porque se alimenta do desejo.
Martinho
Lutero: “A razão é o maior inimigo que a fé possui; ela nunca aparece para
contribuir com as coisas espirituais; mas com freqüência entra em confronto com
a Palavra divina, tratando com desdém tudo o que emana de Deus”. De novo: “Quem
quiser ser cristão deve arrancar os olhos da razão”. E de novo: “A razão deve
ser destruída em todos os cristãos”.
Oscar Wilde: “A verdade, em se tratando de religião, é simplesmente a opinião que sobreviveu”.
Memes: unidades
de herança cultural
Não existe um
mapeamento de um para um entre os genes e unidades de anatomia ou de
comportamento. Os genes “colaboram” com centenas de outros genes na programação
dos processos de desenvolvimento que culminam num corpo, da mesma maneira que
as palavras de uma receita colaboram no processo de preparação que culmina num
prato. Cada palavra da receita não corresponde a um determinado pedacinho do
prato.
O
flores cimento
independente de tantos cultos independentes mas semelhantes sugere albumas características unificadoras da psicologia humana
em geral.
6. As raízes da
moralidade: por que somos bons?
Einstein:
“Estranha é nossa situação aqui na Terra. Cada um de n os vem para uma curta
passagem, sem saber por quê, ainda que algumas vezes
tentando adivinhar um propósito. Do ponto de vista da vida cotidiana, porem, de uma coisa sabemos: o homem está aqui pelo bem de
outro homens – acima de tudo daqueles de cujos sorrisos e bem-estar nossa
própria felicidade depende”.
A teoria
matemática permite duas categorias amplas de solução estável para “jogos”.
“Trair sempre” pe estável porque, se todo mundo fizer isso, um indivíduo
isolado que seja honesto não vai se dar bem. Mas existe outra estratégia que
também é estável. (“Estável” quer dizer que, uma vez que ela supere determinada
freqüência numa população , nenhujma
alternativa se sai melhor.) É a estratégia “comece sendo legal, e dê aos outros
o beneficio da dúvida. A seguir pague as boas ações
com boas ações, mas vingue-se das mas ações”.
A reputacao é importante, e os biólogos reconhecem o valor de
sobrevivência darwiniana não só em ser um bom repllicador,
mas também em cultivar uma reputação de bom replicador.
A essência da
idéia de Zahavi é que a propaganda de superioridade ganha autenticidade por seu
custo. Só um indivíduo genuinamente superior pode se dar ao luxo de
propagandear esse fato como um presente caro. Os indivíduos compram o sucesso,
por exemplo na atração de parceiros, através de demonstrações caras de
superioridade, incluindo a generodsidade ostentatoria e as situações de perigo cujo objetivo é ser
vistas pelo público.
Assim como com
o gordo da ponte, a intuição que a maioria de nós tem é que um observador
inocente não deve ser subitamente sugado por uma situação desafortunada e usado
pelo bem de outras pessoas sem o seu consentimento. Immanuel Kante articulou o famoso princípio de que um ser racional
jamais deve ser usado como um mero meio para um fim, sem seu consentimento,
mesmo que esse fim seja beneficiar outras pessoas.
Hauser
especulou se as pessoas religiosas têm intuições morais diferentes das dos
ateus. Se tiramos nossa moralidade da religião, certamente deveria haver
diferença. Mas parece que não há. [A conclusão das pesquisas é que] não
precisamos de Deus para sermos bons – ou maus.
SE Deus NÃO EXISTE, POR QUE SER BOM? Quando uma pessoa religiosa dirige essa pergunta para mim, minha intenção imediata é lançar o seguinte desafio: “Você realmente quer me dizer que o único motivo para você tentar ser bom é para obter a aprovação e a recompensa de Deus, ou para evitar a desaprovação dele e a punição? Isso não é moralidade, é só bajulação, puxacao de saco, estar preocupado com a grande câmera de vigilância dos céus, ou com o pequeno grampo de dentro da sua cabeça que monitora cada movimento seu, até seus pensamentos mais ordinários”. Como disse Einstein, “se as pessoas são boas só porque temem a punição, e esperam a recompensa, então nós somos mesmo uns pobres coitados”.
H. L. Mencken: “As pessoas dizem que precisamos de religião, mas o que elas realmente querem dizer é que precisamos de polícia”.
Gregory S. Paul
comparou dezessete nações economicamente desenvolvidas e chgou
à devastadora conclusão de que “taxas mais altas de crença num criador e de
culto a ele se correlacionam com taxas mais altas de homicídio, mortalidade
juvenil e precoce, taxas de infeccao por doencas sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescencia e aborto nas democracias prosperas”.
Deontologia –
crença de que a moralidade consiste em obedecer a regras. É literalmente a
ciência do dever, do grego para “aquilo que é obrigatório”.
Os consequencialistas acham, mais pragmaticamente, que a
moralidade de uma ação deve ser julgada por suas conseqüências. Um versão do consequencialismo é o
utilitarismo, que é freqüentemente resumido na máxima de Bentham, que é de uma
imprecisão infeliz: “A maior felicidade para o maior numero de pessoas é a
fundação das morais e da legislação”.
Luis Buñuel,
cineasta espanho: “Deus e a Pátria são um time
imbatível; eles quebram todos os recordes de opressão e derramamento de
sangue”.
7. O livro do
“Bem” e o Zeitgeist moral mutante.
Sean O’Casey :
“A politica já matou uns bons milhares, mas a
religião já matou umas boas dezenas de milhares”.
É preciso
dizer, para ser justo, que grande parte da Bíblia não é sistematicamente cruel,
mas simplesmente estranha, como seria de esperar de uma antologia caótica de
documentos desconjuntados, escrita, revisada, traduzida, distorcida e
“melhorada” por centenas de autores anônimos, editores e copiadores, que
desconhecemos e que não se conheciam entre si, ao longo de nove séculos.
Por que um ser divino, preocupado com a criação e a eternidade, iria se incomodar com as transgressoezinhas do homens? Nós, seres humanos, damo-nos tanta importância que até elevamos nosssos minúsculos “pecadilhos” ao nível de relevância cósmica!
[Passagem
bíblica] As duas filhas de Ló fazem uma breve reaparição na história. Depois de
a mãe delas ter sido transformada num pilar de sal, elas moram com o pai numa
caverna, no alto de uma montanha. Carentes de companhia masculina, elas decidem
embebedar o pai e copular com ele. Ló não percebeu quando sua filha mais velha chglu a sua cama ou quando saiu dela, mas não estava bêbado
demais para engravidá-la. [no dia seguinte a coisa continua]
Por que critério alguém decide quais trevhos são simbólicos e quais são literais?
Steven
Weinberg, prêmio Nobel de física : “a religião é um
insulto à dignidade humana. Com ou sem ela, teríamos gente boa fazendo coisas
boas e gente ruim fazendo coisas ruins. Mas, para que gente boa faça coisas
ruins, é preciso a religião”.
Blaise Pascal, filósofo: “Os homens nunca fazem o mal tão plenamente com tanto entusiasmo como quando o fazem por convicção religiosa”.
Santo Agostinho
foi o responsável por cunhar o termo “pecado original”, até então conhecido
como “pecado ancestral”.
[Passagem
bíblica] Se Jesus queria ser traído e depois assassinado, para que pudesse nos
redimir, não é injusto por parte daqueles que se consideram redimidos descontar
em Judas e nos judeus por toda a eternidade?
[Passagem
bíblica] Ah, mas é claro, a história de Adão e Eva era apenas simbólica, não
era? Simbólica? Então, para impressionar a si mesmo, Jesus fez-se ser torturado
e executado, numa punição indireta por um pecado simbólico cometido por um
indivíduo inexistente? Loucura de pedra, além de cruelmente desagradável.
[Passagem
bíblica] Hartung: A Bíblia é um guia da moralidade entre membros do mesmo
grupo, contendo instruções para o genocídio, para a escravização de forasteriros e para a dominação do mundo. Mas a Bíblia não
é malévola devido a seus objetivos ou à glorificação do assassinato, da cureldade e do estupro. Muitas obras antigas fazem ao mesma coisa – a Ilíada, as sagas islandesas, as lendas
dos sírios da Antiguidade ou as inscrições dos maias, por exemplo. Mas ninguém
sai por aí vendendo a Ilíada como base da moralidade. Aí é que está o problema.
A Bíblia é vendida, e comprada, como um guia para orientar a vida das pessoas.
E é, de longe, o maior best-seller de todos os tempos.
Salman Rushdie,
em artigo “A religião, como sempre, é o veneno no sangue da Índia”: “O que há
para ser respeitado em tudo isso, ou nos crimes que estão sendo cometidos quase
diariamente em nome da malfadada religia? Como a
religião ergue bem seus totens, com resultado tão fatais, e como estamos dipostos a matar por eles! E, quando já fizemos isso varias vezes, o amortecimento de seu efeito torna mais fácil
faze-lo de novo. Assim, o problema da Índia revela-se
o problema do mundo. O que aconteceu na Índia conteceu
em nome de Deus. O nome do problema é Deus”.
Homogamia:
casar-se com alguém da mesma religião
Heterogamia:
casar-se com alguém de outra religião.
Com as notáveis
exceções do Talibã afegão e do cristianismo americano equivalente, a maioria
das pessoas repete o mesmo consendo liberal e amplo
de princípios ético. A maioria de nós não provoca sofrimento desnecessário;
acreditamos na liberdade de expressão e a protegemos mesmo quando discordamos
do que está sendo dito; pagamos nossos impostos; não traímos, não matamos, não cometemso incesto, não fazemos aos outros o que não qeremos que façam conosco.
Veja um
conjunto de “Novos Dez Mandamentos” de hoje em dia, que encontrei por acaso
numa pagina pro-ateismo na
internet: www.ebonmusings.org/atheism/new10c.html
§ Não faça aos outros o que não quer que
façam a você.
§ Em todas as coisas, faça de tudo para
não provocar o mal.
§ Trate os outros seres humanos, as outras
criaturas e o mundo em geral com amor, honestidade, fidelidade e respeito.
§ Não ignore o mal nem evite administrar a
justiça, mas sempre esteja disposto a perdoar erros que tenham sido
reconhecidos por livre e espontânea vontade e lamentados com honestidade.
§ Viva a vida com um sentimento de alegria
e deslumbramento.
§ Sempre tente aprender algo de novo.
§ Ponha todas as coisas à prova; sempre
compare suas idéias com os fatos, e esteja disposto a descartar mesmo a crença
mais cara se ela não se adequar a eles.
§ Jamais se autocensure ou fuja da
dissidência; sempre respeite o direito dos outros de discordar de você.
§ Crie opiniões independentes com base em
seu próprio raciocínio e em sua experiência; não se permita ser dirigido pelos
outros.
§ Questione tudo.
Napoleão: “A
religião é ótima para manter as pessoas comuns caladas”.
Sêneca: “A
religião é considerada verdade pelas pessoas comuns, mentira pelos sábios e
útil pelos governantes”.
Sam Harris: O
perigo da fé religiosa é que Lea permite a seres humanos normais colher os
frutos da loucura e considerá-los sagrados. Como cada nova geração de crianças
aprende que as proposições religiosas não precisam ser justificadas, como todas
as outras precisam, a civilização ainda está sitiada pelos exércitos dos
irracionais. Estamos, agora mesmo, nos matando por causa de literatura da
Antiguidade. Quem imaginaria que uma coisa tão tragicamente absurda seria
possível?”.
8. O que a
religião tem de mau? Por que ser tão hostil?
George Carlin:
“A religião convenceu mesmo as pessoas de que existe um homem invisível – que
mora no céu – que observa tudo o que você faz, a cada minuto de cada dia. E o
homem invisível tem uma lista especial com dez coisas que ele não quer que você
faça. E, se você fizer alguma dessas dez coisas, ele tem um lugar especial,
cheio de fogo e fumaça, e de tortura e angústia, para onde vai mandá-lo, para que
você sogra e queime e sufoque e grite e chore para todo o sempre, até o fim dos
tempos... Mas Ele ama você!”
Os
fundamentalistas sabem que estão certos porque leram a verdade num livro
sagrado e sabem, desde o comeco, que nada os afastará
de sua crença. A verdade do livro sagrado é um axioma, não o produto
final de um processo de raciocínio. O livro é a verdade e, se as provas
parecem contradize-lo, são as provas que deve ser
rejeitadas, não o livro. (...) Quando um livro de ciência está errado, alguém acaba
descobrindo o erro, e ele é corrigido nos livros subseqüentes.
[Nós só temos
que] jogar a Bíblia fora. Ou interpretá-la em termos simbóliocs,
ou alegóricos, como fazem os teólogos. Em vez disso, tomamos a atitude
fundamentalista e jogamos a ciência, a evidência e a razão fora, junto com
todos os seus sonhos e esperanças.
[A religião é
uma forma de tortura mental.]
Apostasia –
abandono da fé. [Em certas culturas, ela é punida com a morte.]
[Sobre o
argumento Beethoven – ou seja, se valessem antecedentes de saúde ruins para
justificar o aborto, ele não teria nascido] “O raciocínio por trás desse argumentozinho horrível é falacioso de teriar
o fôlego, pois, a menos que se esteja sugerindo que haja albuma
conexão causxal entre o fato de ter uma mãe tuberculosa
e um pai sifilitico e o nascimento de um gênio da munisa, é mais provável que o mundo seja privado de um
Beethoven não por um aborto, mas pela abstinência casta de relações sexuais”.
A Grande
Falácia Beethoven é um exemplo típico da confusão lógica em que entramos quando
nossa cabeça está confusa pelo absolutismo inspirado pela religião.
[Há uma crença
de que bíblica] de
que Israel tem um direito garantido por Deus a todas as terras da Palestina.
Sam Harris : “(…)Imagine as consequencias
da possibilidade de qualquer componente
significativo do governo dos Estados Unidos realmente acreditar que o mundo
está prestes a acabar e que esse fim será glorioso. O fato de quase metade da
população americana aparentemente acreditar nisso, com base puramente no dogma
religioso, deveria ser considerado uma emergência intelectual.
Nossos
políticos ocidentais evitam mencionar a palavra que começa com R (religião), e
em vez disso caracterizam sua batalha como uma guerra contra o “terror”, como
se o terror fosse uma espécie de espírito ou força, com vontades e razões. Ou
caracterizam os terroristas como pessoas motivadas pela pura “maldade”. Mas
elas não são motivadas pelo mal. Por mais equivocadas que as consideremos, elas
são motivadas, como os assassinos cristão de médicos que fazem abortos, pelo
que elas entendem ser a execução correta e fiel daquilo que sua religião lhes
diz. Não são psicóticos; são idealistas religiosos que, ao seu próprio ver, são
racionais.
“(...) O Corão
é uma seleção sortida de onde se pode escolher à votade.
Se você quiser paz, encontra versos pacíficos. Se quiser guerra, encontra
versos belicosos.
9. Infância,
abuso e a fuga da religião
A casa de um
pediatra sogreu ataques de fanátifcos
que não sabiam a diferença entre um pediatra e um pedófilo.
“O processo de
sair [de um culto] é extreordinariamente difícil Ah,
você está deixando para trás toda uma rede soaical, todo um sistema em que você praticamente cresceu,
está deixando para trás um sistema de crença que manteve por anos. Muitas vezes
você abandona familiares e amigos... Você deixa de existir para eles”.
Uma autoridade
do sistema esxolcar contou´me de
meninas britânicas que estavam sendo enviadas para um “tio”, em Bradford, para
ser circuncidadas, em 2006. As autoridades fazem vista grossa, com medo de ser
consideradas racistas “na comunidade”.
As crianças amish nunca optam por ser amish;
elas nasceram dentro da comunidade e não tiveram escolha.
Nick Seaton : “Apresentar as fés como igualmente válidas é
errado. Todo mundo tem o direito de achar que sua fé é superior às outras,
sejam hindus, judeus, muçulmanos ou cristão – senão, qual é a graça de ter
fé?”.
10. Uma lacuna
muito necessária?
[Dizem que]
(...) temos uma necessidade psicológica de Deus – aigo
imaginário, pai, imrao mais velho, confessor,
confidente – e essa necessidade tem de ser satisfeita, existindo Deus de
verdade ou não. Mas não e possível que Deus esteja
entulhando uma lacuna que poderia ser mais bem preenchida com outra coisa? Com
a ciência, talvez? A arte? A amizade hunana? O
humanismo? O amos a esta vida no mundo real, sem dar
credito a outras vidas do alem-tumulo? O amos à natureza, ou o que o grande entomologista E. O.
Wilson chamou de biofilia?
A religião
supre quatro papéis principais na vida humana: explicação, exortação, consolo e
inspiração.
Pedomorfose : manutenção de características da infância na vida adulta.
O poder de consolo da religião não a torna verdadeira.
Mark Twain: “Não
temo a morte. Fiquei morto bilhões e bilhões de anos antes de nascer, e não
tive a menor inconveniência por causa disso”.
Quando uma mulher devota ouve de um médico que só tem alguns meses de vida, por que não sorri de entusiasmo, como se tivesse acabado de ganhar uma viagem para as ilhas Seychelles? Talvez elas não acreditem em tudo aquilo que dizem acreditar.
O purgatório
não deve ser confundido com o limbo, para onde os bebês que morrem sem ser
batizados suportamente iam. E os fetos abortados? E
os blastocistos? Agora, com pose caracteristicamente arrogante, o papa Bento
XVI acaba de abolir o limbo. Isso significa que todos os bebês que lá
estiveram, lânguidos, por todos esses séculos vão de repente flutuar para o
céu? Ou permanecem lá e apenas os nascidos a aprtir
de agora estão livres do limbo? Ou os papas anteriores estavam todos errados
desde o começo, apesar de sua infalibidade? Esse é o
tipo de coisa que todos nós devemos “respeitar”.
A evidência
essencial para a existencia do purgatório é a
seguinte: se os mortos simplesmente fossem para o ceu
ou o inferno com base em seus pecados cometidos na Terra, não haveria motivo
para rezar por eles. “Pois por que rezar pelos mortos, se não houver a crença
de que o poder da oração oferece consolo paraaqueles
que ainda estão exclujidos da visão de Deus?”
Como muitos
ateus já disseram melhor que eu, a consciencia de que
temos apenas uma vida deveria torná-la ainda mais preciosa.
Nossos olhos
enxergam o mundo através de uma fenda estreita no espectro eletromagnético.
Numa escala
menor, câmeras com fltros adequados conseguem “ver”
em ultravioleta e tirar fotos de flores com uma série de faixas e pntos que são visíveis – e aparentemente “projetados” –
para os olhos de insetos, mas que nossos olhos nus nem detectam.
Erwin Schödinger, parábola do gato: O gato é preso numa caixa com
um mecanismo de morte acionado por um evento de mecânica quântica. Antes de
abrirmos a tampa da caixa, não sabemos se o gato está vivo ou morto. O bom
senso diz que, de qualquer jeito, o gato tem de estar ou vivo ou morto dentro
da caixa. A interpretação de Copenhague contradiz o bom senso: tudo que existe
antes de abrirmos a caixa é uma probabilidade. Assim que abrimos a caixa, a
função de onda colapsa e ficamos com um evento isolado: o gato está morto, ou o
gato está vivo. Até que abramos a caixa, ele não estava nem morto nem vivo.
O que vemos do
mundo real não é o mundo real intocado, mas um modelo do mundo real, regulado e
ajustado por dados sensoriais – um modelo que é construído para que seja útil
para lidar com o mundo real. A natureza desse modelo depende do tipo de animal
que somos.